Representantes de entidades sindicais de todo o país estiveram hoje em São Paulo para Reunião Nacional Extraordinária sobre Segurança Bancária. O encontro ocorreu na sede do Sindicato dos Bancários de São Paulo.
Os sindicalistas fizeram relatos sobre a situação de segurança em suas bases de atuação, deixando claro a precariedade das condições dos bancos nesse quesito. Foi consenso no grupo a avaliação de que a maior responsável por essa situação é a Fenaban, por não se dispor a negociar com os bancários sobre o tema e nem orientar os bancos a investir em segurança. O resultado dessa irresponsabilidade pode ser visto no aumento do número de assaltos e seqüestros que vem ocorrendo nos últimos anos, em muitos casos com vitimas fatais.
Diante desse quadro, foram deliberadas uma série de iniciativas que serão tomadas de imediato sobre o tema. Em primeiro lugar, será feita uma denúncia na Comissão Consultiva para Assuntos de Segurança Privada (CCASP) deixando claro que a situação atual ocorre por conta da irresponsabilidade da Fenaban.
Os sindicalistas irão também cobrar do Ministério da Justiça a constituição de um grupo de trabalho para debater a atualização da legislação federal que trata da segurança nos bancos, conforme foi proposto pelo ministro Tarso Genro, envolvendo também a sociedade no debate. Além disso, a Contraf irá cobrar publicamente a Fenaban quanto à reabertura de negociações sobre o tema, conforme previsto na Cláusula 40 da CCT.
Outro ponto definido foi a elaboração de um jornal do cliente sobre o tema segurança bancária, denunciando o descaso e a irresponsabilidade dos banqueiros em relação à proteção da vida das pessoas e mostrando que os bancários têm propostas para a melhoria das condições de segurança de bancários, ,vigilantes e clientes. O material deverá ser distribuído nas filas das agências e em atividades de bancários de todo o país.
Os bancários irão também denunciar nas Superintendências Regionais de Trabalho e Emprego (SRTEs, antigas DRTs, Delegacias Regionais do Trabalho) e na CCASP a insegurança no abastecimento de caixas eletrônicos e terminais de auto-atendimento. Ainda na CCASP, os sindicalistas irão propor a obrigatoriedade de portas de segurança em todas as agências bancárias, antecedendo as salas de auto-atendimento.
Por fim, ss entidades sindicais deverão informar a Contraf sobre todas os assaltos, seqüestros e outras ocorrências nos bancos de suas bases.
Outras propostas
Os bancários discutiram também uma série de propostas que serão aprofundadas para serem encaminhadas na Conferência Nacional dos Bancários. São elas:
– Realizar estudos relacionando a queda no número de bancários nas agências com a questão da segurança, uma vez que a maior concentração de pessoas aumenta os riscos em situações de assalto;
– Propor a obrigatoriedade de cursos de especialização em segurança bancária aos vigilantes;
– Ampliação da instalação de equipamentos que otimizem a segurança nas agências (cofres com temporizadores, câmeras de vídeo com maior resolução, criação de central de armazenamento de imagens fora das agências, câmeras nos locais de cofre e nos ambientes de auto-atendimento, instalação de guarda-volumes antes das portas de segurança etc.);
– Criação de comissão de segurança bancaria, no mínimo em nível estadual, com representação do MP, polícias locais, sindicatos de bancários e vigilantes etc.;
– Constituição de banco de dados sobre segurança bancária, centralizado na Contraf-CUT;
– Proibição do uso de celular nas agências bancárias, para evitar que golpistas informem para comparsas sobre pessoas que sairão com valores significativos de dinheiro;
– Estabelecer isenção de taxa de transferências entre bancos diferentes para certo limite de valor de contas de FGTS, para que os trabalhadores não carreguem altas quantias na rua.
Um nova plenária ser realizada no prazo de 30 dias para avaliar os desdobramentos e discutir a continuidade das ações.