CUT: manifestação contra violência e desigualdade salarial marcam o Dia da Mulher

O Dia Internacional da Mulher, que aconteceu neste domingo, levou à sociedade o debate sobre a igualdade de oportunidade de salários e o fim da violência contra a mulher. Para sensibilizar a população sobre os problemas enfrentados a CUT fez uma grande manifestação internacional na fronteira entre Brasil e Uruguai, na cidade de Santana do Livramento (RS), no Parque Internacional.

A cidade, separada apenas por um poste de luz, foi escolhida devido o alto número denúncias de mortes, espancamentos e estupros. Como as leis são diferentes, brasileiros e uruguaios usam a fronteira para escapar dos crimes contras as mulheres.

A atividade foi proposta pela Comissão de Mulheres da Coordenadora das Centrais Sindicais do Cone Sul (CCSCS) e deve reunir milhares de trabalhadoras e trabalhadores dos países que formam o Cone Sul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai), em um ato de integração intitulado “Um outro Mercosul é possível”.

Segundo a secretária nacional Sobre a Mulher Trabalhadora da CUT, Rosane Silva, a fronteira entre os dois países é utilizada para fuga. “Nossa luta é para que o governo estabeleça uma lei e um protocolo de extradição destes agressores para o seu país de origem -esta é uma ação importante para que a vida destas mulheres realmente tenha alguma melhora”, ressaltou.

Na pauta além da superação das desigualdades de salário e de oportunidades entre homens e mulheres e combate à violência contra a mulher está o acesso a um trabalho justo, garantia de direitos trabalhistas e sociais, políticas públicas, acesso à terra, soberania alimentar e legalização do aborto.

Exigências das Centrais Sindicais filiadas à CCSCS aos seus Governos:

1. Estabelecimento de indicadores de geração de emprego para as mulheres nos diversos setores da economia, tendo como objetivo o trabalho decente, com igualdade de salários, de oportunidades e de tratamento;

2. Indicadores de equidade de gênero para contratação, funções e ascensão profissional nas empresas, com prazos definidos e processos claros de avaliação com a participação dos trabalhadores/as;

3. Criar marco legal adequado em matéria de igualdade de oportunidades e de tratamento, que contemple todos os trabalhadores e trabalhadoras, incluindo os trabalhadores/as domésticos/as, temporários, rurais e migrantes;

4. Implementação de políticas afirmativas que coíbam a discriminação de gênero, raça/etnia, geração, orientação sexual e deficiência nos espaços do trabalho e da sociedade;

5. Políticas de incentivo à permanência dos jovens nas escolas até a conclusão de sua formação educacional regular;

6. Garantia em lei da ampliação da licença maternidade e paternidade;

7. Ampliação do número de vagas em creches públicas até os sete anos de idade;

8. Garantia do aborto legal e seguro nas redes públicas de saúde;

9. Ampliação das políticas de combate à violência contra a mulher e estruturação das casas abrigo.

10. Criação de uma legislação e de um protocolo de extradição comuns para tratar dos casos de violência sexista nas áreas de fronteiras.

Participe do ato conosco! Confira a programação nos Estados:

http://www.cut.org.br/?option=com_content&task=view&id=12937

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