A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) receberá o Prêmio Cidadania em Respeito à Diversidade concedido pela Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo (APOGLBT). A entrega será feita em São Paulo, no Sesc Pompéia, nesta sexta-feira, dia 4 de junho, às 20h, durante a 10ª cerimônia promovida pela entidade.
O presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, irá receber o prêmio em reconhecimento à luta do movimento sindical bancário, que conquistou na Convenção Coletiva de Trabalho de 2009 a cláusula de isonomia de tratamento para casais homoafetivos.
“A cláusula de isonomia aos casais homoafetivos foi uma das grandes conquistas da campanha salarial de 2009. É uma inovação da categoria que cada vez mais torna a categoria bancária vanguarda na luta contra todas as formas de preconceito”, afirma Carlos Cordeiro.
“Consideramos que a atuação da Contraf-CUT foi fundamental para que o debate sobre o tratamento igualitário para casais homoafetivos tenha sido colocado em pauta. Por isso, a entidade é merecedora do prêmio”, afirma Francione Oliveira Carvalho, diretor artístico do 10º Prêmio Cidadania em Respeito à Diversidade.
“Receber a premiação de uma organização que mobiliza cerca de 10 milhões de pessoas coroa uma luta iniciada há mais de 10 anos na categoria”, afirma Deise Recoaro, secretária de políticas sociais da Contraf-CUT.
Prêmio Cidadania em Respeito à Diversidade
O prêmio foi criado em 2001 com o objetivo de lembrar e divulgar pessoas, instituições e os fatos mais significativos no cenário político, social e cultural para a comunidade LGBT, contribuindo na promoção dos direitos humanos.
Promovido pela APOGLBT, localizada na cidade de São Paulo, seu surgimento é concomitante com o de outros dois eventos relacionados à Parada do Orgulho. O Gay Day e a Feira Cultural LGBT, resultando na oficialização do calendário do Mês do Orgulho LGBT de São Paulo.
“Este prêmio é um importante momento de divulgação e valorização das atividades que contribuíram com o movimento na consolidação do respeito à diversidade, bem como um estímulo às práticas socialmente responsáveis”, afirma Francione.
“Mesmo com todas as conquistas, ainda testemunhamos atitudes retrógradas, como a demissão da agente comercial Márcia Cristina Tomé Líbano, funcionária do Itaú Unibanco no Rio de Janeiro, logo após seu gerente saber que ela possuía uma companheira”, afirma Deise. “A demonstração de imaturidade do banco, contradizendo o próprio acordo assinado no ano anterior, demonstra que ainda há muito por avançar na busca pelo fim do preconceito”, completa Deise.
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“Ao receber este prêmio, não podemos deixar de fazer referência à Vera de Oliveira, ex-coordenadora da Comissão de Gênero, Raça e Orientação Sexual (CGROS), da então Confederação Nacional dos Bancários (CNB). Ela foi uma das pioneiras na abordagem deste tema durante a campanha em 1998”, lembra Deise.
“Além da Vera, destacamos também o empenho do Nilson Garcia, Fetraf/MG e atualmente da Maria Isabel (Bel), Fetec/SP e de Jair Sanches, Fetec/PR. Eles mostraram de uma forma bastante didática que a orientação sexual está associada as questões de direitos humanos”, afirma Deise. “Com isso, podemos afirmar que o desafio das direções sindicais está alinhado a proposta de Paulo Freire: o pensar certo exige aceitação do novo e a rejeição a qualquer forma de discriminação”, conclui Deise.