Fenaban volta a esconder piso salarial dos bancários em nota à imprensa

Mais uma vez, a Fenaban escondeu o piso dos bancários em nota à imprensa divulgada na sexta-feira (23), após a quinta rodada de negociações com o Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT. No texto, que trata da proposta de 8% de reajuste sobre todas as verbas, os bancos informam o valor do piso salarial para a função de caixa, que passaria para R$ 1.845,77 com a aceitação da proposta. O valor inclui a gratificação de caixa e outras verbas recebidas pelo bancário que desempenha essa função.

Desta forma, os banqueiros demonstraram novamente que eles mesmos têm vergonha da proposta de piso que fizeram, cujo salário de ingresso após 90 dias subiria para R$ 1.350,00, o que representa uma diferença a menor de R$ 494,77 em comparação ao piso do caixa.

“Em nenhum momento, o salário do caixa foi usado como referência nas negociações para discutir o piso dos bancários. Segundo projeções do Dieese, cerca de 140 mil funcionários recebem o piso da categoria, o que significa aproximadamente 30% dos bancários. Os bancos continuam tentando enganar a sociedade”, afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional.

“Os bancos têm todas as condições para apresentar uma proposta decente de reajuste que contemple a valorização do piso, como fizeram no ano passado, quando o salário inicial subiu 16,33%”, destaca.

O dirigente sindical lembra que os bancos estão entre os setores mais lucrativos da economia brasileira. As maiores empresas do setor alcançaram lucros acima de R$ 27,4 bilhões somente no primeiro semestre deste ano. “Os bancos podem atender a reivindicação dos bancários e pagar o salário mínimo calculado pelo Dieese (R$ R$ 2.297,51 em junho)”, reitera.

“A valorização do piso é fundamental para diminuir as desigualdades sociais que envergonham o Brasil. Um alto executivo dos bancos chega a ganhar até 400 vezes mais que o piso do bancário”, alerta. “Está na hora de parar de esconder o verdadeiro piso da categoria e construir uma nova proposta com valorização do piso como forma de distribuição de renda e compromisso com o Brasil e os brasileiros”, conclui Carlos Cordeiro.

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