Manifestação contra austeridade reúne 250 mil pessoas na Espanha

“Marcha pela dignidade” atacou medidas do governo conservador de Rajoy

Sob o lema “pão, trabalho, teto e dignidade”, cerca de 250 mil pessoas marcharam no último sábado sábado (29) em Madri e em outras cidades da Espanha denunciando a austeridade e a corrupção em um país ainda asfixiado pelo desemprego e pela pobreza após anos de crise.

“Nem desemprego, nem exílio, nem precariedade. Marchas, marchas, pela dignidade”, gritava a multidão, convocada por plataformas cidadãs, sindicatos, pequenos partidos de esquerda e grupos de defesa dos serviços públicos ou de direito à habitação, enquanto avançavam em direção à emblemática Porta do Sol de Madri, agitando bandeiras republicanas e balões.

Vestidos com camisetas com slogans e capas de chuva, os manifestantes carregavam cartazes que pediam “Cortes zero” ou “Mais democracia, menos austeridade”, enquanto outros atacavam o Partido Popular de Mariano Rajoy, no poder: “Por falso e por ladrão, PP demissão!”.

Desde a explosão da crise, em 2008, o país viu centenas de milhares de famílias perderem seus empregos e suas casas, e enquanto o executivo de Rajoy impunha um grande corte de 150 bilhões de euros, a opinião pública acompanha indignada a multiplicação dos escândalos de corrupção.

Em um país onde quase 24% da população economicamente ativa segue sem encontrar trabalho, apesar de um crescimento previsto de 1,3% neste ano, a Cruz Vermelha precisou ajudar em 2013 mais de cinco milhões de pessoas – de uma população de 46,5 milhões – e estima que 84% delas vivem na pobreza.

As políticas de austeridade provocaram em 2012 um clima social muito tenso e grandes manifestações de protesto, convocadas por sindicatos, coletivos profissionais ou movimentos cidadãos como ‘os indignados’. No entanto, a mobilização foi diminuindo.

No dia 22 de março de 2014 surgiram estas Marchas pela Dignidade, que naquela ocasião reuniram em Madri dezenas de milhares de pessoas procedentes de todo o país. Após o protesto ocorreram duros confrontos entre policiais e alguns manifestantes.

Aqueles confrontos, pouco comuns na Espanha, terminaram com 101 feridos – 67 policiais e 34 manifestantes – e 24 detidos.

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