Nesta terça-feira, 29, os empregados da Caixa lotados nos prédios Castelo Branco e Corporate Center, em Vitória/ES, suspenderam suas atividades por uma hora. A paralisação, organizada pelo Sindicato dos Bancários do Espírito Santo e que teve início às 12 horas, aconteceu em decorrência do “Dia Nacional de Luta Contra a Reestruturação de Filiais e pela Isonomia”, deliberação do CONECEF deste ano.
Reunidos em frente aos prédios e utilizando um carro de som, os funcionários da Caixa protestaram contra a forma autoritária com que o banco vem conduzindo o processo de reestruturação em todo o país. Diretores da APCEF/ES também participaram do ato.
“Estamos na véspera da reestruturação, marcada para amanhã, dia 30 de junho, e ainda não sabemos o que vai acontecer. Antes, nós dizíamos que a Caixa era como uma mãe para nós, hoje ela é a madrasta dos contos de fada. A empresa vem sistematicamente tomando posições autoritárias e unilaterais. A reestruturação é uma delas”, afirma Bernadeth Martins, diretora do Sindicato dos Bancários.
Um dos setores que serão extintos no Espírito Santo é a GISUT/VT. Essa informação foi descoberta pelos empregados por acaso, no início de abril, pela Intranet. “Antes disso, já havíamos feito diversos contatos com os nossos gestores para saber do processo e fomos ignorados”, afirmou Hilda Theçalônica Ramos, gerente da GISUT/VT, que participou da manifestação de hoje. De acordo com Hilda, informações vindas do Rio de Janeiro indicam que oito funcionários do setor serão mantidos em suas funções, já que a unidade passará a ser uma representação da GISUT/Rio no Estado. Mas, para ela, isso ainda é pouco. “Já perdemos sete funcionários efetivos, que foram transferidos, e todos os 25 profissionais terceirizados, que foram demitidos”.
Rita Lima, diretora do Sindicato, ressaltou a importância da resistência dos funcionários. “Mesmo com todas as dificuldades, nós estamos aqui e iremos resistir. Podemos até perder, mas estamos lutando com a cabeça erguida. Dá gosto combater com quem não curva a espinha”, declarou na atividade de paralisação. Marluce da Silva, funcionária da GICOT, concorda. “É essencial estarmos aqui questionando os rumos da reestruturação, até porque esta é só uma etapa de um processo que ninguém sabe onde vai parar”, encerra.
Liminar
A liminar solicitada pelo Sindicato para revogação da extinção da GISUT foi indeferida pelo juiz Antônio de Carvalho Pires, alegando autonomia da empresa para deliberar sobre essas questões. O Sindicato entrou nesta terça-feira, 29, com um mandado de segurança no TRT-ES contra a decisão do juiz. Além da manutenção da GISUT, a ação pede que, em caso de extinção do setor, os funcionários removidos tenham a remuneração mantida e sejam transferidos para áreas técnicas afins.