Pesquisa realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e divulgada pelo Ministério da Saúde na terça-feira, 1º de dezembro, Dia Mundial de Luta contra a Aids, informa que 20,6% dos 1.260 pacientes ouvidos perderam o emprego após o diagnóstico da doença. Ao lado da discriminação social (20,9%), a demissão é um dos principais problemas relacionados à infecção pelo HIV.
O levantamento, chamado Percepção da Qualidade de Vida e do Desempenho do Sistema de Saúde entre Pacientes em Terapia Antirretroviral no Brasil, indica ainda que 58% das pessoas que vivem com a doença no Brasil não trabalham. Entre as mulheres, o índice chega a 62% e entre os homens, a 55%.
Os homens citaram a aposentadoria por doença (31,3%), a incapacidade para o trabalho (14,7%) e o recebimento de auxílio-doença (24,6%) como os principais motivos para não estarem trabalhando. No grupo das mulheres soropositivas, 28% são donas de casa, 15,4% foram aposentadas por causa da aids, 11% relataram incapacidade para o trabalho e 15,4% recebem auxílio-doença.
Dos entrevistados, 38% avaliaram não ter tido nenhum ganho após a confirmação da doença, 43,5% disseram ter conseguido melhor assistência à saúde e 18,6% afirmaram ter mais acesso a suporte social. O rendimento mensal é menor do que dois salários mínimos (incluindo todas as fontes de renda) para 69% dos pacientes.
A piora das condições financeiras e da aparência física são os principais problemas enfrentados pelas pessoas que têm a doença no Brasil. Dos pacientes entrevistados, 36,5% e 33,7%, respectivamente, consideram esses fatores as maiores perdas em decorrência da aids.