G-20 avalia limite de bônus a banco que descumprir exigência de capital

Financial Times
Ben Hall, de Paris

Os bancos terão limites ao que pagam a seus funcionários em bonificações enquanto não cumprirem as exigências de capital mais rígidas. A decisão foi tomada ontem pelo Financial Stability Board (FSB), o órgão internacional de autoridades reguladoras, e por banqueiros centrais. A proposta do FSB de contenções temporárias será apresentada aos líderes do G-20 na semana que vem, antes da reunião das 20 maiores economias do mundo em Pittsburgh, em 24 de setembro.

“É importante que as instituições conservem seus lucros para que possam refazer o capital e voltarem a emprestar”, disse Mario Draghi, presidente do Banco da Itália e presidente do FSB, depois de uma reunião em Paris. “Teremos uma ligação entre as bonificações totais e o desempenho geral das instituições.”

Os ministros das finanças dos países do G-20 concordaram na semana passada em implementar exigências de capital mais rígidas. Os ministros do G-20 também deram ao FSB a tarefa de elaborar regras para regular as bonificações.

Draghi, um ex-diretor administrativo do Goldman Sachs, disse que as novas exigências de capital – que ele descreveu como “o projeto individual mais importante que temos” – serão implementadas progressivamente.

A ideia de limitar as bonificações enquanto os bancos recompõem o capital para atender ao novo padrão também poderá ser uma maneira de aproximar os pedidos franceses de uma limitação geral às bonificações pagas enquanto parcelas dos lucros, e a resistência dos Estados Unidos à imposição permanente de um teto às bonificações.

As limitações às bonificações junto com o aperto das exigências de capital deverão criar poucas objeções dos bancos mais fortes, especialmente os americanos, que já levantaram capital e estão mais próximos de atender aos novos padrões de capital. São esses bancos que vêm fazendo algumas das maiores provisões para bônus este ano, provocando furor nos dois lados do Atlântico.

Um funcionário do FSB disse que “é muito cedo para dizer” se o FSB vai recomendar limites temporários específicos aos líderes do G-20. Mas ele acrescentou: “Eles precisam melhorar os níveis de capital em antecipação às exigências de capital mais rígidas. E nesse cenário, é apropriado para os supervisores restringir os pagamentos de dividendos, as recompras de ações e as taxas de compensação.”

Draghi disse que o FSB vai apresentar aos líderes do G-20 diretrizes “específicas” sobre as bonificações, para garantir uma regulamentação “plena e consistente nos países”.

Essas diretrizes estabeleceriam uma referência de governança, transparência e estrutura. Haveria propostas específicas sobre a supervisão dos conselhos, sobre as ligações entre as bonificações e o desempenho geral, sobre a proporção e períodos de tempo de adiamento dos pagamentos, e sobre os períodos de direito para partes das bonificações pagas em ações.

Compartilhe:

Compartilhar no facebook
Facebook
Compartilhar no twitter
Twitter
Compartilhar no whatsapp
WhatsApp
Compartilhar no telegram
Telegram