Protesto mostrou o inferno que é ser trabalhador terceirizado
Bancárias e bancários da base de BH e região disseram não ao Projeto de Lei (PL) 4330 nesta quarta-feira, 15 de abril, quando manifestações e paralisações são realizadas em todo o Brasil. Para protestar contra o PL que permite as terceirizações de todas as atividades nas empresas, o Sindicato realizou ato e panfletagem no centro de Belo Horizonte. Também foi retardada em duas horas a abertura de agências de bancos públicos e privados na região central e de algumas unidades de bairro.
Durante o ato, os bancários puderam conversar com a população e distribuir jornais informativos sobre os riscos trazidos pelo PL, assim como um encarte com os nomes e fotos dos parlamentares mineiros que votaram contra os trabalhadores na Câmara dos Deputados no dia 8 de abril. Em uma das agências do centro de BH, foi instalada a “Porta do Inferno” para chamar a atenção de todos para a situação infernal a que são submetidos os trabalhadores terceirizados no Brasil, com salários menores, jornadas maiores e exposição a riscos e acidentes. O ato contou ainda com a presença dos atores da Cia dos Aflitos.
Os trabalhadores mantêm a mobilização neste dia nacional de paralisações e o Sindicato participará de ato às 16h na praça Afonso Arinos no centro de Belo Horizonte. A mobilização convocada pela CUT e outras centrais reunirá diversas categorias de trabalhadores e movimentos sociais contra a aprovação do PL 4330.
A pressão da classe trabalhadora e a reação da sociedade em geral após a aprovação na Câmara dos Deputados já fez com que parlamentares recuassem em alguns pontos durante as discussões sobre a emendas ao projeto que teve início nesta terça-feira, 14, e prossegue hoje. Um dos pontos é a retirada do texto que permite a terceirização sem limites em empresas públicas e de economia mista, que incluem, por exemplo, a CAIXA e o Banco do Brasil.
“Os protestos já assustaram os parlamentares e fizeram com que muitos recuassem em sua posição sobre a aprovação do texto. Porém, nossa mobilização permanece para impedir que o projeto seja aprovado em sua íntegra, já que as terceirizações são sinônimo de precarização das relações de trabalho e a destruição de direitos conquistados pelos trabalhadores brasileiros em décadas de luta”, afirmou a presidenta do Sindicato, Eliana Brasil.
Para Eliana, no caso da categoria bancária, não deve haver distinção entre os trabalhadores. “Queremos garantir que o PL seja arquivado para preservar nossa Convenção Coletiva de Trabalho nacional e única, abrangendo com igualdade todos os trabalhadores do sistema financeiro brasileiro, sejam de bancos públicos ou privados. Além disso, uma de nossas bandeiras de luta é o reconhecimento dos correspondentes bancários como parte da categoria, fazendo parte de nossa CCT com os mesmos direitos”, destacou.