Na véspera do aniversário do banco, bancários cobram avanços
A primeira rodada de negociação específica entre o Comando Nacional dos Banrisulenses e a direção do Banrisul, ocorrida nesta quarta-feira (11) em Porto Alegre, teve um tom de indagação. Mas nem por isso o debate que se instalou deixou de apontar que a participação dos bancários na Campanha Nacional 2013 será decisiva para ampliar a conquista de direitos no banco público dos gaúchos.
Vários pontos específicos da pauta de reivindicações, entregue no dia 28 de agosto, foram debatidos à exaustão. A próxima rodada de negociação será realizada às 14h30 da próxima terça-feira (17), novamente no Salão Nobre, edifício-sede do banco.
Antes de entrar na discussão das reivindicações, um debate sobre as condições de negociação tomou pelo menos uma das 2h40 que a primeira rodada durou. Os diretores do banco se mostraram determinados a incluir questões estranhas como o banco de horas.
Os dirigentes sindicais alertaram que essas questões, como o registro das horas de trabalho, eram importantes, mas que, no momento, pareciam cortina de fumaça. O tema principal deveria ser a análise das reivindicações da Campanha 2013. O debate do registro e controle da jornada de trabalho estaria sendo usado pela direção para desviar o foco.
Depois que a fumaça se dissipou, algumas das demandas dos funcionários foram questionadas. Na maioria, os diretores do banco tinham dúvidas sobre itens relacionados à redação. Foram repassadas propostas de segurança, remuneração, condições de trabalho e Plano de Carreira.
Avaliação
O secretário de assuntos econômicos da Contraf-CUT e empregado do Banrisul, Antonio Pirotti, tomou o exaustivo e detalhado questionamento dos diretores do banco como um sinal de que a Campanha 2013 será árdua. “De fato, a negociação com o Banrisul será difícil. O primeiro dia indicou claramente essa tendência. A participação dos banrisulenses em nossas manifestações e em nossas assembleias será decisiva”, argumentou Pirotti.
O diretor do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e empregado do Banrisul, Luciano Fetzner, avaliou como positiva a atuação dos representantes dos banrisulenses. Segundo ele, o Comando deu respostas claras às questões levantadas pelos diretores do banco e demonstrou que conhece muito bem aquilo que os bancários do Banrisul querem e precisam, mas alertou para a necessidade de haver unidade e mobilização.
“Essa reunião serviu para tirarmos a primeira febre da direção do banco. Os diretores manifestaram a mesma intransigência dos anos anteriores. Os banrisulenses precisam ficar atentos aos movimentos do Sindicato e mobilizados. Temos de dar uma resposta a esta intransigência, já na assembleia do dia 12 e em toda a Campanha”, explicou Luciano.
Para o diretor da Fetrafi-RS e empregado do Banrisul, Carlos Augusto Rocha, a reunião foi importante para os banrisulenses testarem as suas reivindicações e para adiantar o processo de negociação. “O banco precisa ter consciência de que está lidando com quase 12 mil trabalhadores. Há uma expectativa muito grande em relação à Campanha 2013 e ao atendimento da pauta específica entre os banrisulenses. O principal aqui é debater a melhoria das condições de trabalho”, disse Rocha.
Segundo a diretora da Fetrafi-RS e empregada do Banrisul, Denise Corrêa, mesmo preliminar, a reunião foi bastante quente. “Tivemos debates acalorados enquanto explicitávamos alguns pontos da pauta específica. Isso não nos surpreende. Esperamos que o banco atenda às reivindicações e que não frustre os companheiros e companheiras do Banrisul”, avaliou Denise.
Bolo do aniversário de 85 anos
Nesta quinta-feira (19), às 17h, os banrisulenses têm novo encontro marcado. Antes da assembleia, às 18h30, no Clube do Comércio, que vai decidir e organizar a greve a partir do dia 19, os empregados do Banrisul cortarão, em frente à DG, o bolo dos 85 anos do banco.
O ato irá simbolizar a luta por maior participação nos lucros e nas decisões do banco e por melhores condições de trabalho.