“Apesar de já ter vivenciado algumas situações de preconceito, elas sempre foram veladas. Nunca me senti tão agredido e humilhado quanto naquele dia”. Este é o desabafo de um caixa bancário, negro, que não quis ser identificado, e que em 2011 foi chamado de “urubu encardido” por uma cliente da agência onde trabalha, em Araçatuba (SP). Recentemente, a Justiça estipulou que a mulher pague R$ 10 mil por danos morais a ele, que sofreu injuria racial.
Ainda cabe recurso para a sentença aplicada na 5ª Vara Cível, mas o autor já se diz satisfeito. Ele garante que sua vitória não é a cifra que deve faturar, mas a lição aplicada a ré. “Este tipo de conduta racista não pode ficar impune”, afirma o bancário.
Para o juiz que proferiu a sentença, Sérgio Ricardo Biela, o valor é suficiente para reparar os prejuízos sofridos pelo autor e também serve para desestimular a ré a não repetir tais ofensas.
A agressão verbal sofrida pelo caixa se deu após uma discussão com a cliente, que gritava com um de seus colegas de trabalho. A mulher, segundo o caixa, estava com problemas em sua conta corrente e exigia que a questão fosse resolvida imediatamente.