A ex-ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão Miriam Belchior foi nomeada oficialmente para assumir o cargo de presidenta da Caixa Econômica Federal. O ato foi publicado na edição desta segunda-feira (23) no Diário Oficial da União.
Miriam Belchior vai substituir Jorge Hereda, que desempenhou a função por quatro anos. A posse será às 17h, em Brasília, e participarão da solenidade o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto, e o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg. O ato contará com a participação do presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira.
Trajetória
Em 2002, Miriam participou da equipe de transição do primeiro governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. De 2003 até junho de 2004, exerceu o cargo de assessora especial do presidente da República. No mês seguinte, tornou-se subchefe de Articulação e Monitoramento da Casa Civil. Em 2007, ela foi para a Secretaria Executiva do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e, em abril 2010, tornou-se coordenadora-geral do PAC, antes de ser confirmada chefe da pasta do Planejamento.
Formada em engenharia de alimentos pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Miriam Belchior tem mestrado em administração pública e governamental pela Escola de Administração de Empresas de São Paulo, da Fundação Getulio Vargas (FGV). Ela foi professora da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo.
Expectativas
A presidenta nomeada assume o alto comando da Caixa sob rumores de abertura de capital do banco, conforme foi cogitado no final do ano passado pelo governo federal. A Contraf-CUT e as entidades sindicais e representativas aguardam que a nova presidenta da empresa assuma posição contrária a essa dinâmica neoliberal, tendo ainda plena noção do papel social do banco e da importância da instituição como ferramenta estratégica para o país, sobretudo por sua ação de promover políticas anticíclicas em meio às turbulências da economia global.
Prova disso, sem dúvida, é o recente lucro líquido de R$ 7,1 bilhões em 2014, o que demonstra que a Caixa 100% pública é o melhor modelo para o Brasil e sua população. Nesse particular, a avaliação é de que, enquanto o mercado financeiro acumula perdas desde a crise de 2008, a Caixa tem atropelado o setor privado, incomodando e despertando a cobiça. Tanto isto é verdade que, de janeiro a dezembro do ano passado, o banco injetou quase R$ 700 bilhões na economia, o que corresponde a aproximadamente 13,4% do PIB.
É salutar lembrar ainda que mudança de comando não deve significar mudança de rota em relação ao planejamento e ao papel da empresa no caminho do desenvolvimento econômico do país, aliado às conquistas sociais.