Foi relançada nesta terça-feira, em São Paulo, a Campanha de Combate à Violência contra Crianças e Adolescentes, organizada pela Fetec/SP em conjunto com a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região (Seeb SP) e a Afubesp (Associação dos Funcionários do Grupo Santander). A campanha visa alertar e conscientizar a população sobre abusos sexuais e exploração sexual comercial contra crianças e adolescentes, suas causas, consequências, formas de identificação e de prevenção.
Com o slogan “Calar-se é permitir, Denunciar é proteger! Disque 100”, a campanha conta com o apoio do CONANDA – Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, do Fórum Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, da Jornada Cidadã e da CUT SP , informar e qualificar a intervenção contra a violência infanto-juvenil.
Para Deise Recoaro, secretária de políticas sociais da Contraf-CUT, este é um dos papéis fundamentais do movimento sindical. Lutar para que os direitos humanos sejam respeitados, protegendo a parcela da sociedade mais fragilizada com as questões de violência. “É uma situação que envolve relação de poder, aonde prevalece o mais forte. Nós, que lutamos pela igualdade de oportunidades, devemos ser o elo de proteção deste setor que não tem forças para se organizar”, afirma Deise.
A secretária de políticas sociais ainda convoca os sindicatos de todo país a se unirem à Campanha. “Devemos usar de nossas entidades para pressionar os órgãos responsáveis para gerar políticas públicas e sensibilizar a população para mudar o comportamento com essa questão, que agride, violenta e compromete o desenvolvimento do ser humano”, afirma Deise, que complementa, “proteger as crianças para gerar uma sociedade mais justa, com um futuro melhor para todos”.
A Contraf-CUT estará junto com a Fetec/SP divulgando o calendário da Campanha que conta com a publicação da segunda edição da cartilha, cartazes, adesivos para carro e de um jornal para o grande público para distribuição no dia 18 de Maio – Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual Infanto-Juvenil.
Números da violência
No ano de 2008, o Disque 100, criado para receber denúncias de exploração e abuso sexual infanto-juvenil, recebeu em média, 89 ligações por dia.
De acordo com o Ministério da Saúde, é justamente esse tipo de violência a principal causa de atendimentos de crianças e adolescentes nos serviços públicos de referência de violências. Segundo dados coletados entre 2006 e 2007, dos 1.939 registros de violência contra crianças, 845 (44%) foram por violências sexuais. As meninas são as principais vítimas, com 60% do total dos casos registrados. A residência foi o local de maior ocorrência (58%) dos casos de violência
Assim como na infância, a violência sexual foi a principal causa de atendimento de adolescentes nos serviços de referência de violência. Dos 2.370 registros, 1.335 (56%) foram por violências sexuais. As adolescentes mulheres foram as principais vítimas com 78% do total dos casos de violências.
Para a maioria, o local onde ocorreu à violência foi na própria residência com 58% dos registros, seguido pela via pública com 20%.