No país, bancários fecharam 6.572 agências no primeiro dia de paralisação
O primeiro dia de greve nacional dos bancários na base territorial dos 38 sindicatos filiados à Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Instituições Financeiras do Rio Grande do Sul (Fetrafi-RS), nesta terça-feira (30), terminou com 767 agências paralisadas. Foram 356 agências nos 15 municípios da base do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre (SindBancários) e mais 411 unidades do interior do Estado.
Os números revelam adesão maior que na última greve. Somente em Porto Alegre, houve crescimento de 41,3% em relação ao primeiro dia do ano passado. As agências de bancos públicos e privados ficaram totalmente paralisadas no primeiro dia de greve em comparação com as 252 do início da paralisação em 19 de setembro de 2013.
O coordenador de Política Sindical da Fetrafi-RS, Juberlei Bacelo, avalia a mobilização como resposta à dificuldade de avanços na mesa de negociação. “Este ano tivemos uma arrancada de bancários que aderiram à greve bem superior ao último ano, o que reflete a indignação da categoria com as condições desfavoráveis de trabalho da categoria, além das metas abusivas que têm adoecido os bancários”, ressalta.
O processo de negociações foi instalado nacionalmente em 11 de agosto, quando foi entregue a pauta de reivindicações, e ainda não houve avanços concretos nas cláusulas sociais, no reajuste dos salários, do piso e da PLR, assim como melhores condições de trabalho, fim das metas abusivas e do assédio moral, igualdade de oportunidades, mais segurança e mais empregos.
Em relação às cláusulas econômicas, a Fenaban fez duas propostas. Em 19 de setembro, na sétima rodada de negociação, representantes dos bancos ofereceram 7% nos salários e nas verbas salariais (vale-refeição, cesta alimentação, entre outras) e 7,5% de reajuste no piso. No último sábado (27), os bancos elevaram os percentuais oferecendo 7,35% nos salários e nas verbas salariais e 8% no piso.
As duas propostas econômicas foram consideradas insuficientes. A segunda proposta econômica foi rejeitada em assembleias nacionais na segunda-feira (29), e confirmou a deflagração da greve.
Mobilização fecha mais de 6,5 mil agências no Brasil
Os bancários fecharam pelo menos 6.572 agências e centros administrativos de bancos públicos e privados em 26 estados e no Distrito Federal no primeiro dia da greve nacional da categoria por tempo indeterminado. São 427 unidades paralisadas a mais que no primeiro dia da greve do ano passado (6.145), um crescimento de 6,95%.
O balanço foi feito pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) com base nos dados enviados até as 18h30 pelos 134 sindicatos que integram o Comando Nacional dos Bancários, que representa cerca de 95% dos 511 mil bancários do País.
Os bancários reivindicam 12,5% de reajuste, valorização do piso salarial, PLR maior, garantia de emprego, melhores condições de saúde e trabalho, com fim das metas abusivas e do assédio moral, mais segurança nas agências e igualdade de oportunidades.
“Mais uma vez os bancários dão uma grande demonstração de unidade nacional e da força de sua mobilização, fazendo uma greve ainda maior que no ano passado. É um recado inequívoco aos bancos de que queremos mais do que os 7,35% de reajuste e que não fecharemos acordo sem que nossas reivindicações econômicas e sociais sejam atendidas”, adverte Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional dos Bancários.