Os bancários do HSBC promoveram o Dia Nacional de Lutas nesta quinta 27 contra as demissões que a instituição vem realizando neste mês, logo após o término da campanha salarial. A política adotada pelo banco inglês demitiu cerca de 380 trabalhadores em todo país. Veja aqui as matérias sobre o Dia Nacional de Lutas.
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A instituição, que possui 28 mil funcionários teve nos últimos dois anos os melhores resultados do banco desde o início das operações no Brasil. Em 2007, o HSBC apresentou em seu balanço um lucro recorde, tendo os ativos totais ampliados para R$ 70,75 bilhões. O ano de 2008 foi ainda melhor: o banco lucrou US$ 660 milhões só no primeiro semestre, 83% mais do que o mesmo período de 2007.
Os altos ganhos seguem na contra-mão das demissões que o banco vem realizando neste último mês e também não explica o fato do HSBC encabeçar pela sexta vez seguida o ranking de registros de reclamações feito pelos clientes junto ao Banco Central (BC).
Aliás, o próprio Shaun Wallis, o novo presidente da instituição no Brasil enfatizou a importância do país para os resultados do banco em nível global, afirmando que o HSBC continuará no Brasil. Wallis disse que o HSBC tem como característica uma atuação de mercado “conservadora”. E que neste momento de crise financeira mundial “foi justamente isso” que fez com que o banco inglês fosse o menos atingido pela crise.
Segundo Miguel Pereira, secretário de finanças da Contraf-CUT e funcionário do banco, as demissões são resultantes de mais um momento de reestruturação que a instituição vem passando, que vai desde um novo modelo operacional, revisão de sua base tecnológica, até a sua relação com os clientes. Um dos exemplos disso é o direcionamento do atendimento da carteira super class para o callcenter.
“Apesar da falta gritante de funcionários, o banco continua demitindo. O que já provocava grande insatisfação junto aos clientes e deteriora ainda mais as condições de trabalho”, explica Miguel.
A Contraf-CUT está encaminhando um pedido de negociação com o banco, para tratar de alguns temas, tendo como prioridade a discussão sobre empregos. “Nos preocupa a utilização de mão de obra terceirizada, com a financeira Losango e também com o programa jovem aprendiz, que substitui o emprego bancário”, alerta Miguel.