Justiça está barrando práticas antissindicais dos bancos
O Tribunal Regional do Trabalho da 19ª Região (TRT-AL) concedeu liminar ao Sindicato dos Bancários de Alagoas cassando os interditos proibitórios que mantinham abertas as agências do Bradesco e Itaú em Maceió. Com esta decisão, os bancários retomaram a greve nos dois bancos com força total, fechando mais de 95% das unidades, percentual superior ao início da paralisação, quando o índice era de 62%. Apenas duas agências, localizadas no Shopping Pátio, funcionam esta manhã.
Esta é a primeira vez que o TRT de Alagoas cassa interditos proibitórios de bancos privados durante paralisação dos bancários. O Sindicato da categoria está recursando agora contra os interditos concedidos ao HSBC, que mantém duas unidades do banco abertas em Maceió.
Segundo o despacho do Tribunal, que derruba sentença da primeira instância, a greve dos bancários tem se dado de forma pacífica e nenhum ato de turbação foi cometido que possa justificar o interdito para os bancos. Tal instrumento, acrescenta o Tribunal, fere direito líquido e dos trabalhadores representados pelo Sindicato, uma vez que frustra o livre exercício do direito de reunião e greve, garantidos pela Constituição Federal.
O TRT acrescenta que “é da essência da greve a prática de atos coletivos, sendo os piquetes, afixação de cartazes, carros de som, e a ocupação de estabelecimento exemplos de realização de movimento paredista. Tais métodos são legítimos, enquanto instrumento pacífico tendente a persuadir os trabalhadores a aderirem à greve”.
O retorno da paralisação no Bradesco e Itaú leva a greve dos bancários em Alagoas a atingir o seu maior pico, com 86,93% de agências paralisadas. São 133 unidades de um total de 153. O movimento também cresceu em âmbito nacional, atingindo ontem 8.556 agências e centros administrativos em todo o país. Segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), esta já é a maior greve dos últimos 20 anos.
A orientação do Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, e do Sindicato é para que a categoria resista e busque ampliar ainda mais o movimento, forçando a Fenaban, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Banco do Nordeste do Brasil e demais bancos a retomarem as negociações e apresentarem uma proposta salarial que atenda as expectativas dos trabalhadores.