Uma das principais conquistas do movimento sindical nos últimos 12 anos, a política de valorização do salário mínimo volta à pauta na 8ª Marcha da Classe Trabalhadora, que ocorre nesta quarta-feira (9), nas ruas de São Paulo.
Já existe uma política de valorização, responsável por aumento real (acima da inflação) de mais de 70%, desde que entrou em vigor. A luta por um piso nacional mais forte, por sinal, foi a razão de as centrais terem se unido em 2004 para promover grandes marchas a Brasília, sempre no final do ano, com o objetivo de pressionar o governo às vésperas da análise do Orçamento da União.
Naquele ano, os reajustes tiveram início, até que a atual fórmula de valorização (PIB + INPC) virasse acordo formal entre governo e centrais, em 2007, à margem do Congresso Nacional, à época ainda reticente em aprová-la.
O problema à vista é que esse mesmo acordo passará por uma revisão no ano que vem. A depender da correlação de forças, não está totalmente descartada uma mudança que reduza a fórmula de valorização. Por isso, o movimento sindical decidiu recolocar o tema entre as suas prioridades e resistir a investidas conservadoras.
“Já vemos movimentações, via imprensa, de analistas defendendo a desaceleração do processo de fortalecimento do mínimo”, comenta o presidente da CUT, Vagner Freitas. “Os argumentos são os mesmos que a realidade já desmentiu: temor de descontrole inflacionário, perda de competitividade e outros, que os anos recentes, de mínimo valorizado, provaram falsos”, diz Vagner.
O salário mínimo, hoje em R$ 724, atende aproximadamente 48,2 milhões de brasileiros, entre aposentados e ativos. Só em 2014, segundo cálculos do Dieese, o aumento injeta quase R$ 29 bilhões novos na economia.
> Clique aqui para ver o estudo do Dieese.
A 8ª Marcha começa com uma concentração a partir das 10 horas na Praça da Sé, seguindo até o vão do Masp na Avenida Paulista.