O Sindicato dos Bancários de Pernambuco obteve na segunda, 3 de outubro, duas decisões favoráveis contra as tentativas dos banqueiros de barrar, na Justiça, o legítimo direito de greve. Dois pedidos de interdito proibitório foram negados pela Justiça. Um para o Bradesco em Olinda. Outro para o Itaú, em Recife.
Todos os anos, os bancos utilizam esta mesma estratégia do interdito proibitório para diminuir o alcance do movimento. Trata-se de um instrumento do Código de Processo Civil cujo objetivo é repelir algum tipo de ameaça à posse. No entanto, nem todos os juízes continuam dispostos a aceitar as argumentações dos banqueiros.
Exemplo disso está na sentença expedida pela juíza Sarah Yolanda para o Itaú: “O que a mídia escrita e virtual tem noticiado nas últimas horas é que o movimento grevista dos bancários tem sido conduzido em clima de tranquilidade, sem registro de problemas dentro das unidades bancárias. (.) Enfim, segundo meu juízo liminar, não existem nos autos prova suficiente para deferimento da medida postulada, motivo porque indefiro, por ora, o pedido de expedição do mandato proibitório”.
Na última sexta, o Bradesco obteve interdito proibitório para as agências do Recife. De posse do mandato, usou a polícia para ameaçar os grevistas. “O advogado do Bradesco estava com o oficial de justiça no carro do banco e, junto com um grupo de policiais, percorreram as agências do Recife para reabri-las. Com o interdito, o Bradesco garante apenas que o Sindicato não pode bloquear a entrada das agências. Mas, com sua tradicional truculência, o banco foi além e o advogado chegava nas unidades rasgando os cartazes de greve e provocando os bancários”, diz a presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello.
Nesta segunda, o Bradesco obteve outros dois mandatos: em Palmares e Paulista. “Mas os dois indeferimentos expedidos são a prova de que a Justiça começa a ter uma visão mais clara quanto ao real objetivo dos banqueiros. Ou seja, a batalha foi levada também para a esfera judicial e a tendência é que outros pedidos sejam negados aos bancos”, afirma o secretário de Assuntos Jurídicos do Sindicato, Alan Patrício.