Contraf-CUT participa de ato pelo fim da violência contra as mulheres

Um ano dos assassinatos da enfermeira e do filho foi lembrado em Porto Alegre

Sob o céu encoberto, vento e frio de 9º, foi promovido na manhã de domingo (4), no Brique da Redenção, em Porto Alegre, um ato público e uma caminhada, que lembraram um ano do assassinato da enfermeira Márcia Calixto, de 39 anos. A Contraf-CUT participou da manifestação que reuniu colegas de trabalho, amigos e familiares, como a mãe Elisabete Calixto, bem como representantes de entidades em defesa dos direitos das mulheres e as vereadoras Jussara Cony (PCdoB) e Sofia Cavedon (PT).

O crime abalou a sociedade gaúcha e repercutiu em todo país. Márcia foi brutalmente morta a facadas no dia 24 de julho de 2012, na data do seu aniversário, junto com o filho do casal, Matheus, de 6 anos, pelo marido Ênio Luiz Carnetti que depois se jogou de uma ponte do Guaíba, mas foi salvo por pescadores e se encontra preso no Instituto Psiquiátrico Forense, na capital gaúcha. “Ele pode estar se fingindo de louco para passar bem”, denunciaram várias mulheres.

A atividade foi promovida pelo Grupo Márcia Calixto, organizado por colegas da Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal da Saúde de Porto Alegre, onde ela era funcionária e chefiava o núcleo de vigilância das doenças transmissíveis crônicas na cidade. Era também conselheira da Associação de Técnicos de Nível Superior do Município (Astec).

O ato ocorreu em frente ao Monumento ao Expedicionário, onde todos e todas se deram as mãos e formaram uma grande roda, mostrando união e solidariedade. Não faltaram balões, cartazes, banners, faixas, megafone e muitas saudades. Com mudas de flores, foram escritos no chão os nomes de Márcia e Matheus.

“Estamos recordando um ano dos assassinatos para cobrar a punição exemplar do assassino, combater a violência e a impunidade, conscientizar as mulheres, a fim de que busquem proteção quando forem ameaçadas, e alertar os maridos, noivos, namorados e companheiros para que respeitem as mulheres, que não são mercadorias nem objetos de prazer, mas sim pessoas humanas que merecem respeito e igualdade”, afirmou a coordenadora do Grupo Márcia Calixto, Rosane Gralha.

“Não podemos permitir que outras márcias, marias e joanas continuem sendo vítimas do machismo, que ainda persiste na sociedade e trata as mulheres como se fossem de segunda classe”, ressaltou a presidenta do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (Condim), Silvana Conti.

As vereadoras criticaram a violência e os abusos sofridos pelas mulheres. Jussara prometeu mobilizar a Câmara Municipal para acompanhar o julgamento do assassino e cobrou justiça. Sofia repudiou “a cultura de submissão a que ainda são expostas muitas mulheres” e defendeu “a necessidade de pautar as relações humanas pela igualdade de gênero”.

O secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr, frisou que “essa tragédia não pode ser esquecida” e lembrou a luta dos bancários contra a violência nos bancos e por igualdade de oportunidades. Para ele, “é preciso combater o machismo, a violência e a impunidade, proteger a vida das pessoas e construir a paz, que é fruto da justiça”.

Ao final do ato, foi realizada uma caminhada até a Avenida Osvaldo Aranha. “Trabalhadoras da Saúde alertam: ameaça dá em morte. Denuncie!”, dizia uma das faixas. A passeata chamou a atenção dos frequentadores do Brique da Redenção, ganhando sinais de apoio e solidariedade.

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