Numa atitude de total desrespeito ao direito de greve e à organização pacífica dos trabalhadores, o HSBC usou de violência e até mesmo força policial para obrigar a entrada dos bancários no prédio administrativo do Casp, em São Paulo.
Os cerca de mil bancários que trabalham na concentração, onde funciona a área administrativa da instituição, aderiram à greve e ficaram do lado de fora do prédio durante quase toda a manhã. Mas por volta das 11h, advogados e seguranças do banco, sem qualquer decisão judicial e auxiliados por policiais militares, retiraram as faixas do Sindicato afixadas no prédio e chegaram a levar o diretor da entidade e funcionário do HSBC Valdir Fernandes, o Tafarel, para a delegacia.
“Pelo menos quatro viaturas da PM foram ao local e os policiais retiraram as faixas. Ou seja, ao invés de estar nas ruas garantindo a segurança da população, a Polícia Militar do Estado foi usada para arrancar faixas de uma propriedade privada”, contou Tafarel, que chegou a sofrer ameaça de detenção, mas foi liberado.
Segundo Tafarel, após a truculência do banco, os trabalhadores foram pressionados a entrar no prédio. “Foi uma total falta de respeito”, comentou indignado.
A diretora do Sindicato e também funcionária do HSBC Liliane Fiuza contou que os bancários, que estavam do lado de fora, eram constantemente pressionados pelos gestores para que retornassem ao trabalho. “Eles (gestores) ligavam para os celulares dos bancários fazendo ameaças caso eles não entrassem no Casp. Os bancários não queriam entrar, mas estavam sendo pressionados.”
A dirigente ressaltou que a intransigência e prática antissindical do HSBC não surpreendem quem já está acostumado a lidar com o banco. “O HSBC mais uma vez demonstrou sua atitude intransigente diante da organização dos trabalhadores. Esse não é um caso isolado.”