Crescimento econômico durante o governo Lula tem gerado mais empregos em todos os setores da economia, exceto nos bancos.
Em 2009 a economia do Brasil não parou de crescer. Todos os setores contrataram mais trabalhadores do que demitiram. Apesar de lucrar mais de R$ 37,4 bilhões no ano passado, o setor bancário foi o único que apresentou um saldo negativo na geração de empregos. No ano passado, os bancos demitiram 30.034 funcionários e admitiram 29.413, reduzindo 621 postos de trabalho.
“É inaceitável que a redução de postos de trabalho tenha ocorrido no mesmo período em que o lucro dos seis maiores bancos do país – Banco do Brasil, Caixa, Bradesco, Itaú Unibanco, Santader e HSBC – teve um aumento de 5,41% em relação a 2008”, disse o secretário de Organização do Ramo Financeiro da Contraf-CUT, Miguel Pereira, durante seminário realizado no Sindicato do Rio, no início de julho.
Mobilização
O aumento no número dos postos de trabalho passou a ser uma das principais bandeiras da categoria. A mobilização dos bancários já começa a alterar os números no emprego.
Contrariando toda a tendência de 2009, no primeiro trimestre deste ano os bancos admitiram 11.053 trabalhadores contra 8.123 demissões, resultando num saldo positivo de 2.840 novos postos de trabalho.
Apesar dos números apresentarem uma melhora, os dados mostram que a rotatividade reduz a remuneração dos novos contratados em relação aos dispensados. A remuneração média dos admitidos foi 37,85% inferior em relação à dos desligados (R$ 2.197,79 contra R$ 3.536,38).
Os números são da quinta edição da Pesquisa de Emprego Bancário (PEB) realizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
“O Brasil cresce e cria mais empregos. Mas os bancos estão na contramão da história. Precisamos, através da nossa mobilização, modificar esta triste realidade”, afirma o presidente do Sindicato do Rio, Almir Aguiar.
A comparação com os demais setores
O sistema financeiro foi um dos que menos gerou empregos no primeiro trimestre de 2010, representando apenas 0,43% dos 657.259 novos postos de trabalho criados por toda a economia brasileira no período.
O setor que criou mais vagas de trabalho foi o da construção civil, com um saldo positivo de 127.694 empregos (19,43% do total da economia), seguido do comércio e administração de imóveis, que gerou 95.198 novos postos de trabalho (14,48% do total).