O Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, retoma nesta sexta-feira 15 a mesa de negociação sobre igualdade de oportunidades, desta vez centrando na reivindicação de não discriminação dos dirigentes e delegados sindicais por parte dos bancos. A reunião será às 15h no Hotel Maksoud Plaza, em São Paulo.
A demanda prevendo essa discussão faz parte da minuta de reivindicações da Campanha Nacional dos Bancários de 2012, que diz o seguinte:
ARTIGO 62 – PROMOÇÃO DA IGUALDADE DE OPORTUNIDADES PARA TODOS E TODAS – Parágrafo 2º – As empresas deverão garantir a não discriminação dos empregados eleitos para o exercício do mandato sindical ou delegados sindicais, garantindo-lhes os mesmos direitos dos empregados da ativa quanto a: promoções, acesso às informações, remuneração, curso, etc…
A reivindicação foi incluída em razão das crescentes reclamações de dirigentes sindicais sobre o tratamento discriminatório que recebem das instituições financeiras.
Os dirigentes liberados, por exemplo, são impedidos de entrar nos locais de trabalho para exercer sua atividade, o que é uma violação do direito fundamental à organização sindical garantido pelas resoluções da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e pela Constituição Federal.
Há reclamações generalizadas também de que os dirigentes sindicais não têm acesso às informações internas dos bancos, aos cursos de qualificação e seminários promovidos pelas empresas. Os dirigentes não liberados são isolados nos locais de trabalho.
Muitos bancos condicionam as promoções na carreira à renúncia do mandato sindical, o que caracteriza uma prática antissindical. Ao término do mandato sindical, muitos perdem as comissões nos bancos públicos ou são demitidos nos privados. Sem contar que os dirigentes sindicais, que lutam pelas conquistas e direitos dos trabalhadores, têm suas carreiras profissionais congeladas nos bancos.
“Queremos iniciar esse diálogo com a Fenaban com o objetivo de construirmos propostas na mesa de negociação que ponham fim a todas essas discriminações, inaceitáveis em uma sociedade democrática”, afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando.