FOLHA DE SÃO PAULO
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
Terceiro maior banco privado no país, o Santander anunciou ontem lucro líquido recorrente de R$ 2,8 bilhões em 2008. O resultado já inclui os ganhos do Banco Real, comprado no final de 2007 e incorporado só em julho de 2008, mas exclui efeitos extraordinários com venda de participações.
Para efeito de comparação, o Santander fez um exercício em que agrega os lucros separados de Santander e Real em 2007. Juntos, os dois teriam lucrado R$ 2,7 bilhões, o que sugere um resultado 3,7% maior em 2008.
No quarto trimestre, o Santander/Real lucrou R$ 529 milhões -15,25% a mais do que no mesmo período de 2007.
Segundo o presidente do Santander, Fábio Barbosa, o Brasil já responde por 20% do lucro mundial do grupo espanhol. Antes da compra do Real, a contribuição era de 11%.
Com a turbulência no mercado, a tesouraria contribuiu 50% menos no resultado -o banco não abre os números. Por outro lado, as operações de crédito cresceram 24,5% e atingiram R$ 139,41 bilhões. O desempenho, porém, ficou abaixo da média do mercado, que cresceu 31%. No caso de pessoa física, a expansão foi de 18,5%, sendo que o financiamento de veículos cresceu apenas 10,9%, e o crédito consignado, 12,7%. “O Santander demorou um tempo para operar o leasing [de carros], que foi o produto de maior crescimento em 2008”, disse.
A inadimplência subiu de 5% para 5,8% e fez o banco elevar em R$ 170 milhões as provisões para devedores duvidosos. Para 2008, o banco espera expansão entre 15% e 17% no crédito.
O Santander admite que fez demissões em áreas em que havia sobreposição de funções. Para aproveitar o pessoal, criou um programa para incentivar a transferência para as agências.