A chuva que caía sobre Porto Alegre no fim da manhã desta quinta-feira, dia 7, não impediu que mais de 100 bancários participassem do ato-show, em frente à agência Azenha do Banco do Brasil. A mobilização foi mais um protesto contra o assédio moral praticado pelos BB na tentativa de coibir a greve nacional da categoria.
A unidade localizada na Rua Barão do Triunfo foi escolhida pelo movimento sindical por liderar as reclamações de funcionários, que vêm sendo intimidados pela gerência para que retornem ao trabalho.
Durante o ato, nenhum funcionário ou o gerente apontado como assediador esteve no interior da agência, que permaneceu fechada até o início da tarde. Faixas e cartazes convocando os bancários para a greve fizeram fundo para a apresentação do músico Darci Ignácio da Silva.
“Esse é um ato simbólico que representa uma situação absurda que ocorre em todos os bancos”, destacou o diretor da Fetrafi-Rs e do SindBancários, Ronaldo Zeni, também funcionário do BB e representante dos gaúchos na Comissão de Empresa dos Funcionários do BB. Ele se dirigiu aos clientes e usuários da agência, denunciando a prática violenta da gerência da unidade e destacando os objetivos da greve. “A nossa paralisação já é vitoriosa porque juntos estamos lutando pelo direito de todos”, afirmou.
“O Banco do Brasil é uma das empresas do sistema financeiro que mais assedia moralmente os seus trabalhadores”, destacou o diretor do SindBancários, Flávio Pastoriz, funcionário do BB. Segundo o dirigente, a questão é tão grave que recentemente foram implantados Comitês de Ética, para atender as questões mais difíceis.
Já a representante dos funcionários no Comitê de Ética do BB, no Rio Grande do Sul e diretora da Fetrafi-RS, Karen Simone D’Avila, reitera a importância de manifestações públicas para combater o abuso de autoridade dos gestores. “Temos que divulgar quem são os assediadores, pois quem pratica o assédio moral não permanece com o histórico do ato praticado, mas quem sofre e reage fica estigmatizado e tem o seu processo de carreira comprometido”, disse a sindicalista.
Os dirigentes sindicais entregaram informativos aos colegas e clientes que utilizavam os caixas eletrônicos. Um deles explica o que é assédio moral e os meios de denúncia e o outro foi dirigido aos clientes e usuários.