A agência do Bradesco, localizado no cruzamento das ruas Cândido Mariano com a 13 de Maio, foi assaltada na segunda-feira (12), por volta das 9h. O valor levado não foi informado.
O funcionário foi agredido a chutes e socos durante o assalto. De acordo com o delegado Alberto Vieira Rossi, o funcionário estava na parte de trás do setor do autoatendimento abastecendo os caixas eletrônicos, quando foi rendido por dois homens armados.
Ele foi agredido pela dupla, que saiu levando o dinheiro do caixa eletrônico. Os bandidos fugiram em um veículo VW Gol branco.
Luta por segurança
Na Campanha Nacional 2013, os bancários estão lutando para proteger a vida das pessoas. Na primeira rodada de negociação, que aconteceu nos dias 8 e 9, em São Paulo, a Contraf-CUT cobrou prevenção contra assaltos e sequestros, bem como a melhoria da assistência às vítimas.
Os bancos, no entanto, negaram o atendimento das reivindicações por mais segurança, mostrando que a gestão do lucro está acima da preservação da vida. Eles recusaram a proposta do fim da guarda das chaves pelos bancários, alegando que não é a causa dos sequestros e assaltos.
A presidente do Sindicato dos Bancários de Campo Grande, Iaci Azamar Torres, disse que “o episódio só comprova a falta de investimento em segurança nas agências bancarias. A informação que chegou ao sindicato foi que a dupla levou 5 gavetas de um caixa eletrônico. O local onde o funcionário estava no momento em que foi rendido na parte interna atrás dos caixas eletrônicos”.
Iaci acrescentou que “um fator que prejudica as investigações é o fato de o Bradesco não possuir circuito interno de câmeras”.
Além da prevenção, o Comando Nacional defendeu estabilidade no emprego e maior assistência para vítimas de assaltos, sequestros e extorsões. Foi também proposta a emissão da CAT, a liberação dos funcionários do trabalho e o fechamento das agências e postos no dia da ocorrência, o custeio de remédios e segurança individual no reconhecimento de suspeitos na delegacia de polícia, dentre outras demandas.
Para a diretora de Imprensa do Sindicato e funcionária do Bradesco, Neide Maria Rodrigues, “a segurança é primordial. Os banqueiros só querem lucro. O banco é o que menos se preocupa com a segurança de seus funcionários e de seus clientes, facilitando para os bandidos. Nossa luta na questão de segurança não é de agora”.
“Vamos acompanhar se o Bradesco emitirá o CAT para o funcionário e também no atendimento dos funcionários que estavam presentes na hora do assalto para que não cause problemas psicológicos futuros”, disse.
O diretor do Sindicato, Benício Pereira Faustino, frisou que “desde que a Lei Municipal nº 4.819, de 22 de março de 2010, dos vereadores Herculano e Carlão, foi regulamentada não existe uma fiscalização efetiva por parte da SEMADUR (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) que faça cumprir a lei que instituiu a obrigatoriedade das instalações de biombos, tapumes ou estruturas similares nas agências bancárias e postos de atendimentos em Campo Grande, que garante a privacidade dos clientes durante as operações financeiras.”
Pesquisa
Nova pesquisa nacional, realizada no primeiro semestre de 2013, revela que 30 pessoas foram assassinadas em assaltos envolvendo bancos. O levantamento foi feito pela Contraf-CUT e Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV), com base em notícias da imprensa e apoio técnico do Dieese.
A pesquisa comprova a escassez de investimentos dos bancos na melhoria da segurança. Segundo dados do Dieese, os seis maiores bancos (Itaú, BB, Bradesco, Caixa, Santander e HSBC) obtiveram lucros de R$ 51,4 bilhões em 2012. Já as despesas com segurança e vigilância somaram R$ 3,1 bilhões no mesmo período, o que significa 6,1%, em média, na comparação com os lucros.