Bradesco vai ler a palma da mão para abrir conta-corrente de cliente

Valor Econômico
Altamiro Silva Júnior, de São Paulo

Abertura de conta-corrente com a leitura das veias da palma da mão e um terminal de autoatendimento que reúne caixa bancário e caixa de supermercado estão entre as novidades que os bancos prometem lançar para os clientes e que foram apresentadas ontem no Ciab, a maior feira de tecnologia bancária da América Latina, que termina amanhã em São Paulo.

As veias da mão foram escolhidas pelo Bradesco como uma forma a mais de identificação dos clientes, principalmente nos caixas eletrônicos. Não há duas pessoas no mundo com veias iguais (ou, no termo técnico, imagem vascular igual) e elas são imutáveis a partir dos oito anos de idade. Pensando nisso, o banco pediu um produto à Perto, que é especializada em desenvolver tecnologia para o setor. No mundo da tecnologia, isso é chamado de biometria (que também permite a identificação via iris e impressão digital).

Marco Aurélio Freitas, diretor comercial e de marketing da Perto, conta que a empresa desenvolveu um pequeno aparelho para leitura da palma da mão, colocado na mesa do gerente. No momento de abertura da conta, ele cadastra a palma das duas mãos do cliente (a da mão esquerda é para segurança, em caso danos na mão direita). Com isso, ele pode ser identificado pela leitora. O projeto do banco é colocar esse mesmo aparelho nos caixas. O banco vai testar a nova forma de identificação por 30 dias em uma agência. Em seguida, fará um teste maior em mais agências.

Em 2007, o Bradesco começou a operar caixas eletrônicos que fazem identificação dos clientes pela leitura da mão. O cadastramento era feito no próprio caixa eletrônico. Atualmente são 6,5 mil caixas com essas tecnologia espalhados por 1,9 mil agências. O banco tem 730 mil clientes cadastrados para usar essa tecnologia e já foram feitas mais de 7,5 milhões de transações bancárias.

Pela manhã, na abertura do Ciab, Fabio Barbosa, presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), destacou que os bancos gastaram R$ 6,5 bilhões em 2008 para desenvolver novos produtos e equipamentos. Ao todo, o orçamento dos bancos para tecnologia foi de R$ 16 bilhões. “É raro encontrar no mundo inteiro, hoje, um sistema de pagamentos tão sofisticado, eficiente e veloz como o Brasileiro”, disse Barbosa, destacando que os preços aqui também são menores. Ele cita como exemplo uma Transferência Eletrônica Direta (TED), que custa no máximo R$ 20 no Brasil. Nos Estados Unidos, sai a R$ 97 e, na União Europeia, varia de R$ 26 a R$ 52. Na Inglaterra, chega a R$ 78.

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