O II Encontro Nacional da Juventude do Ramo Financeiro – Democracia, Luta e Participação, realizado na sede da Contraf-CUT, contou nesta quarta 24 com a participação de Jacy Afonso de Melo, tesoureiro da CUT Nacional, e Juvândia Moreira Leite, secretária geral do Sindicato dos Bancários de São Paulo, abordando o tema das Greves e Conquistas Históricas da Categoria.
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A importância de resgatar cotidianamente a nossa história, repleta de conquistas, celebrada com uma convenção coletiva em âmbito nacional, foi destacada por ambos os palestrantes como fundamental para a nova geração de sindicalistas que formarão o movimento sindical do futuro.
Jacy Afonso ressaltou que a categoria bancária teve inúmeras conquistas no campo coletivo, como nenhuma outra conseguiu. “Devemos ter muito orgulho de nossa categoria e do nosso sindicato. Somos os únicos a ter um acordo coletivo nacional, considerando a diversidade de empresas que temos no setor privado e público, seja em Roraima ou no Rio Grande do Sul”, exemplifica Jacy. “Somos referencia para outras categorias”, diz.
O tesoureiro Nacional da CUT ainda mencionou a importância de dialogar com a categoria para compreender que um mesmo piso salarial, vale-alimentação, auxílio creche e demais benefícios não são direitos dados pelas empresas e sim conquistas da categoria. “Temos que deixar claro que isso não é uma dádiva da empresa. É fruto de luta do movimento sindical. Não são direitos e sim conquistas. E para isso, em muitos os casos, ocorreram demissões, até mesmo a morte de companheiros para que tudo isso se concretizasse”, fiz Jacy.
Para Juvândia Moreira, este é um dos desafios da juventude sindicalista da CUT. Desvendar os meios de maior eficácia para dialogar com os jovens bancários. “Os empregados ingressam no banco com um piso salarial e outros benefícios sem a compreensão de que tudo isso é parte de um processo de luta. Mas é papel do movimento sindical deixar claro a que tudo isso se refere, já que não aprendemos mesmo sobre o sindicalismo em lugar nenhum, seja na escola, faculdade etc.”, afirma Juvândia Moreira.
Ambos citam que é necessário que a renovação no movimento seja feita de forma gradativa e com curso de formação. Para Jacy Afonso, é fundamental aos jovens um curso de oratória. Juvândia enfatiza a necessidade de compreender a conjuntura para conseguir dialogar com a categoria. “É preciso saber quem são esses bancários, o que pensam, qual a leitura que fazem do mundo, seus projetos de vida. Sem essa problematização não é possível estabelecer um processo de renovação na categoria”, diz. Entre os desafios está a criação de redes sociais, ampliar o uso da Internet como meio de comunicação para a disputa de espaço de poder e a viabilização de mídias alternativa sob o ponto de vista dos trabalhadores, como a Revista do Brasil e a Rádio Brasil Atual.
Oportunidade
Para os jovens sindicalistas, o Encontro foi uma ótima oportunidade para ampliar a interação entre os dirigentes e desenvolver as estratégias políticas para o enfrentamento junto aos banqueiros. Ana Paula, funcionária do HSBC, do Sindicato dos Bancários de Umuarama (PR) conta que foi muito oportuno para ampliar os conhecimentos sobre a luta dos trabalhadores.
Para Ramon, funcionário do Unibanco, do Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte o encontro foi ótimo para agregar valor à formação como jovem dirigente sindical. Cristiano, funcionário do banco da Amazônia, do sindicato dos bancários do Pará e Amapá, diz que o encontro foi oportuno para integrar a juventude sindicalista e mobilizar os integrantes para a política de juventude, com vistas à Conferência Nacional dos Bancários, que acontece em julho. O empregado da Caixa Federal Wandeir, do Sindicato dos Bancários de Brasília, ressaltou os objetivos práticos do encontro, que não se resumiu ao diálogo teórico.
Estratégias para organização da Juventude
Os debates de encerramento do encontro tiveram o foco principal na organização. Para isso, está sendo formulado um texto – divulgado em breve – com as propostas retiradas no encontro para pensar em uma política de comunicação e organizar tarefas para a formação do coletivo de juventude.