A Central Única dos Trabalhadores reuniu centenas de manifestantes na manhã desta quinta-feira (17), em frente à sede da Fiesp, na avenida Paulista, reforçando a contra a especulação, contra o aumento da inflação e em defesa dos salários.
Conforme o secretário geral da CUT-SP, Adi dos Santos Lima, a ação do movimento sindical é decisiva para impedir que a o mercado interno seja contaminado pela especulação externa, fundamentalmente centrada na manipulação dos preços do petróleo e das commodities agrícolas.
Na Carta Aberta distribuída à população, a Central alerta que os efeitos do processo especulativo são claros e penalizam as famílias com menor poder aquisitivo, onde a aumento dos alimentos impacta mais. “A inflação de maio de 2007 a maio de 2008 foi de 5,58%; já para os alimentos, o mesmo indicador é de 14,63%, sendo que para os itens restantes é de 3,21%”.
O presidente estadual da CUT-SP, Edílson de Paula, sublinhou que é preciso ampliar a pressão para que o Banco Central reduza as taxas de juros para proporcionar mais investimentos na produção de alimentos, fortalecendo o mercado interno e deixando o país menos vulnerável à pressão inflacionária importada. “Defendemos a ampliação do Conselho Monetário Nacional para democratizar o debate sobre os juros, pois não podemos mais deixar que a equipe do BC continue definindo índices sem ouvir o que os trabalhadores e o setor produtivo estão pensando. Por isso viemos até a Fiesp para que o empresariado venha junto com a gente nesta luta”, destacou. Edílson cobrou dos empresários que cumpram a palavra de que com o fim da CPMF os preços baixariam e condenou os que pegam carona na onda inflacionária mundial, majorando os preços aqui no Brasil.
Presente ao evento, o vice-presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Ubiraci Dantas de Oliveira (Bira), saudou a iniciativa e a determinação da militância cutista em lutar contra a política de juros altos aplicada pelo BC, enfatizando a solidariedade e o companheirismo das duas centrais na construção de um projeto de desenvolvimento nacional que gere emprego e redistribua renda.
Entre outros, participaram da manifestação representações regionais da CUT-SP, Federação dos Químicos, Apeoesp, Bancários de São Paulo, Comerciários de Osasco, Bancários e Metalúrgicos de Taubaté, Sindsaúde, Metalúrgicos do ABC e Afuse.
Reunião – Ao final do ato, uma delegação composta por 13 sindicalistas cutistas foi recebida para uma reunião com o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, quando acordaram criar um grupo de trabalho para montar agenda comum ao país.
“O objetivo é ver o que é melhor para o Brasil de uma forma desarmada, harmônica e construtiva. A visita foi muito proveitosa, formamos um grupo de trabalho que começa a agir imediatamente e dentro de uns 15 dias avaliaremos os próximos passos”, afirmou Paulo Skaf.
“Acho que foi um encontro bastante positivo. As questões são comuns, hoje existe uma preocupação tanto da Fiesp quanto da CUT em relação à inflação, taxa de juros. Dessa reunião sai uma boa perspectiva das duas entidades construírem juntas uma agenda propositiva ao País”, acrescentou Edilson.
No encontro, os representantes da CUT entregaram um documento ao presidente Paulo Skaf, cujo teor traz uma série de propostas em relação a aspectos econômicos e trabalhistas (clique aqui para ver a íntegra ).