A Contraf-CUT critica o processo de reestruturação em andamento no departamento jurídico (Dijur) do BB. As mudanças estão atormentando os funcionários do setor em todo o país. Conforme a Associação dos Advogados do Banco do Brasil (ASABB), ao menos dez unidades foram encerradas, transferidas ou fundidas com outras unidades, e diversos bancários estão perdendo suas funções.
Os descomissionamentos no setor começaram mesmo após compromisso do banco desde 2013 em discutir com o movimento sindical as questões de reestruturação. Os funcionários dos departamentos fechados foram considerados “excedentes” e relatam situações humilhantes e desrespeitosas.
“Meu departamento no interior da Bahia fechou. Me ofereceram uma vaga em Salvador por meio do TAO. Consegui a vaga e tomei posse no dia 12 de fevereiro. No dia 25 de março eu recebi uma carta mandando eu concorrer de novo em alguma cidade de outro estado onde tivesse vaga. Mas fui impedido pelo TAO porque só é possível concorrer a uma vaga a cada dois anos”, conta um funcionário.
“Minha família ficou no interior, eu me sujeitei a ir para Salvador pagando moradia e demais despesas por conta própria e, como se não bastasse, ainda me mandam concorrer de novo e tiram minha comissão. É uma situação humilhante. Tenho mais de 30 anos de banco”, desabafa o bancário.
Casos como este estão ocorrendo pelo país, segundo o presidente da ASABB, Marco Antônio Paz Chaves. “No mínimo quatro advogados em dois estados passaram por situação semelhante”, afirma. De acordo com a ASABB, a reestruturação está ocorrendo em ao menos seis estados (MG, SP, RS, BA, RJ e PR).
Movimento sindical está de olho
A reestruturação foi um dos problemas discutidos na última reunião entre a Contraf-CUT, federações e sindicatos com o BB, ocorrida no dia 2 de abril. “Cobramos que o BB mais uma vez começou uma reestruturação e não contatou as entidades sindicais para tratar do tema que envolve a vida de dezenas de funcionários”, lembra o secretário de formação da Contraf-CUT e coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, William Mendes. Na ocasião, o banco assumiu o compromisso de verificar o assunto e dar um retorno sobre o andamento do processo.
“Obtivemos uma resposta do banco nesta sexta-feira (11), dizendo que o esforço é para realocar os funcionários atingidos com remuneração igual ou semelhante”, informa William. “Alertamos o banco para a necessidade de preservar salários e direitos dos bancários. Deixamos bem claro que a reestruturação está sendo acompanhada de perto pelos sindicatos, que irão adotar todas as medidas cabíveis, inclusive judiciais, para combater descomissionamentos e qualquer outra medida arbitrária”, enfatiza William.
O diretor executivo do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Ernesto Izumi, ressalta que os descomissionamentos, como o descrito pelo bancário da Bahia, ferem a súmula 372 do TST, que veda ao empregador retirar gratificações de funcionários empregados na mesma empresa há mais de 10 anos se houver reversão de função sem justa causa.
“Qualquer funcionário que estiver passando por situação semelhante deve procurar o Sindicato para o ingresso de ações jurídicas pleiteando a manutenção do salário e do cargo. Nós repudiamos os descomissionamentos”, conclui Ernesto.
Campanha de vacinação
O BB anunciou que o cronograma da campanha de vacinação contra a gripe será divulgado na próxima terça-feira (15). A demora do BB foi também discutida na última negociação com as entidades sindicais, quando o banco prometeu uma solução. A vacinação foi um dos compromissos assumidos pelo BB na Campanha Nacional 2013.
A vacina contra a gripe começa a fazer efeito cerca de 15 dias após a vacinação, quando já aparecem os anticorpos que darão a proteção contra a gripe, sendo que tal proteção máxima será atingida após aproximadamente 45 dias.