Às vésperas do ano novo, o Bradesco demitiu 28 funcionários no Rio de Janeiro. Agora, o número de demitidos já chega a 50, a maioria gerentes.
Em protesto contra essa política nefasta do banco, os bancários protestaram paralisando oito unidades no Centro da Cidade: Pio X, Corporate, Rio Centro e Prime Rio Centro (1º de março), Rio Branco, Carioca, Presidente Vargas e Galeria do Comércio.
A mobilização fez com que uma reunião da empresa com 14 gerentes prevista para acontecer na agência Rio Centro fosse suspensa.
O presidente do Sindicato dos Bancários do Rio, Almir Aguiar, criticou as dispensas, fruto da alta rotatividade. “O Bradesco repete a estratégia dos demais bancos privados e demite trabalhadores, a maioria com muito tempo de casa. Mesmo que contrate novos empregados, a política da empresa é perversa, pois visa reduzir custos com novos empregados que recebem, na média, salários inferiores, aumentando ainda mais os lucros”, denunciou.
Lucro cresce
O diretor do Sindicato, Geraldo Ferraz, lembra que o protesto defende, além do fim das dispensas, o auxílio-educação e a inclusão dos pais no plano de saúde.
“Entre os trabalhadores dos grandes bancos, o funcionário do Bradesco é o único que não recebe bolsas de estudos da empresa. Os banqueiros cobram dos trabalhadores qualificação profissional, mas não ajudam em nada, ficando o custo dos estudos por conta dos funcionários. Isto é um absurdo, já que os lucros no setor são astronômicos”, afirmou.
Os números comprovam a afirmação do sindicalista. O Bradesco lucrou em 2012 R$ 11,381 bilhões, valor 3% superior ao registrado em 2011. O resultado é o quarto maior da história do sistema financeiro nacional. No entanto, o banco cortou 1.299 empregos no mesmo período, o que é outro absurdo.
A manifestação dos bancários surtiu efeito. O banco agendou para esta quarta-feira, dia 30, uma reunião para discutir o problema no Rio.