Desde as primeiras horas desta terça, dia 3 de junho, os vigilantes das agências bancárias da cidade de São Paulo estão em greve por tempo indeterminado. O movimento foi deflagrado em assembléia realizada na segunda, dia 2, com cerca de 2 mil trabalhadores, de acordo com o Sindicato dos Empregados em Empresas de Vigilância, Segurança e Similares de São Paulo (Seevissp).
O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região encaminhou carta cobrando a direção de todos os bancos para que orientem seus funcionários a não abrir as agências sem vigilantes. Nossa Caixa, Caixa Federal, Unibanco, Banco do Brasil, Safra e Itaú atenderam a reivindicação e estão orientando seus trabalhadores a manter as agências fechadas.
Segundo a lei federal 7.102/83, as agências são obrigadas a ter o vigilante para abrir. A condição é prevista também pela portaria 381/2006 da Polícia Federal.
“Os bancos são responsáveis pela segurança dos bancários e clientes. Por isso é inconcebível e ilegal que as agências funcionem sem vigilantes”, diz o presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino, que acrescenta ainda que todas as instituições financeiras que desrespeitarem a lei federal serão denunciadas junto aos órgãos competentes. “Somos solidários à greve dos vigilantes que lutam por condições dignas de trabalho e que também vivenciam as dificuldades do dia-a-dia das agências.”
Os vigilantes fariam nova assembléia às 14h, na Câmara Municipal, a fim de decidir se mantêm ou não a greve.
Segundo o Seevissp, aproximadamente 20 mil trabalhadores aderiram ao movimento. Cerca de 7 mil deles foram às ruas em uma passeata pelas ruas do Centro. Com apitos, paravam em frente às agências para convencer os poucos vigilantes receosos a aderirem ao movimento, o que levou ao fechamento, no auge da paralisação, de cerca de 600 agências na cidade de São Paulo.
Risco de Vida – Uma das principais reivindicações dos vigilantes é sobre o adicional de risco de vida. Os trabalhadores exigem pelo menos 15% em cima do salário, mas o patronal oferece apenas 3%. Os vigilantes também querem mais segurança nos locais de trabalho.
Outra reivindicação é a inclusão no acordo coletivo de um valor a ser negociado de Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Hoje, a conquista é prevista no contrato, mas não há um valor específico.
O reajuste salarial também motivou a greve. Os trabalhadores exigem 9,9% enquanto as empresas oferecem nada mais do que 1%.
Jornada de 12h – De acordo com o Seevissp, alguns sindicatos do estado fecharam um acordo de 3% para o adicional de risco de vida, mas, com ele, vieram perdas de direitos já conquistados, como a jornada de 8 horas, que passou a ser de 12 horas. Também tiveram prejuízos no seguro de vida e na multa em caso de atraso no pagamento da rescisão de contrato de trabalho.
Leia a nota oficial do Sindicato dos Bancários
Fonte: Jair Rosa e André Rossi, Seeb SP