Ato contra demissões no Itaú é tratado com truculência em São Paulo

Tapas, socos, chutes e empurrões. Foi com muita hostilidade que dirigentes do Sindicato dos Bancários de São Paulo foram recebidos por seguranças do Credicard Hall durante encontro de líderes e gerentes do Itaú Unibanco.

Os representantes dos trabalhadores foram ao local, nesta quinta-feira 14, cobrar da direção do banco o fim das demissões e desmandos dentro da instituição financeira. A truculenta ação gerou indignação e constrangimento entre os bancários que presenciaram a cena e estiveram na reunião. Cerca de 10 mil pessoas passaram pela casa de eventos localizada na zona sul de São Paulo entre 13 e 14 de julho.

A violência ocorreu por volta das 12h, quando diretores do Sindicato panfletavam – do lado de fora da casa de shows – um documento contrapondo o discurso do Itaú que garante uma gestão de “meritocracia”.

“Fomos cobrar da direção do banco que interrompa as demissões. Até julho desse ano tivemos inúmeras demissões somente na base de São Paulo. E a maioria tem muito tempo de trabalho, funcionários afastados por estarem adoecidos com LER/Dort ou deficientes”, explica o diretor executivo do Sindicato e funcionário do Itaú Carlos Damarindo, o Carlão.

A agressividade não intimidou o Sindicato que permaneceu com a distribuição do material especial elaborado pela Contraf-CUT que revela o descumprimento do compromisso assumido pelos presidentes do Itaú e Unibanco em 2008 (ano da fusão) de não demitir.

“O banco parece um ‘trem desgovernado’, só pensa nos lucros. Os bancários estão apreensivos e sofrendo com a falta de coordenação interna da diretoria”, lembrou o diretor do Sindicato.

O ato do Sindicato faz parte de uma série de ações cobrando o Itaú Unibanco a negociar sobre o emprego. “Há situações alarmantes nas agências, onde faltam caixas e funcionários. Temos informações de gerentes operacionais e chefes de serviço que são obrigados a abrir guichês de caixa durante todo o dia.”

Ele afirma ainda que também foi imposta uma política de redução de custos, como a que substituiu a fita de caixa que era dupla-face por uma face simples. “Isso dificulta o trabalho do bancário quando ocorre alguma diferença na contabilidade dos caixas.”

Para o diretor executivo do Sindicato, a ocorrência no Credicard Hall não atrapalhará a continuidade das ações legítimas em defesa dos direitos dos trabalhadores. “Não vamos nos intimidar com nada. Custe o que custar vamos defender os bancários.”

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