Bancários resistem à prática antissindical do Santander em São Paulo

Intimidação de suposto advogado do banco com PM foi travada pelos bancários

Os bancários resistiram e o movimento de greve saiu vitorioso de uma tentativa explícita do Santander de impedir um direito legítimo dos trabalhadores. O banco espanhol enviou um suposto advogado para forçar a abertura de uma agência na Rua 15 de Novembro, centro de São Paulo, mas apesar de ele ter tentado provocar um confronto e ter conseguido chamar a atenção da PM, a força dos trabalhadores foi maior e o local permaneceu fechado.

“O Santander manda uma pessoa que chega com arrogância, se dizendo advogado do banco, carregando a cópia de um papel que segundo ele era um interdito proibitório, mas que não mostrou pra ninguém. Ameaça e tenta forçar a entrada, causando tumulto e querendo provocar um conflito, mas nosso movimento é pacífico e legítimo, não havia nenhum bancário na frente da agência sendo impedido de entrar. Os funcionários aderiram à greve”, disse Marcelo Gonçalves, diretor do Sindicato e funcionário do Santander.

O “advogado” chegou filmando e fotografando os dirigentes que discursavam em frente à agência, numa clara tentativa de intimidá-los. “Mas ele não vai conseguir nos calar nem nos intimidar porque estamos aqui, pacificamente, explicando os motivos de uma greve que chega ao 15º dia devido à intransigência e ao silêncio dos banqueiros. O Santander tem 25% de seu lucro aqui no Brasil e ainda assim esse banco espanhol se recusa a valorizar os trabalhadores brasileiros”, afirmou o dirigente Edison Oliveira, também funcionário do Santander.

“O interdito proibitório é um instrumento jurídico com o objetivo de assegurar a preservação da propriedade do banco, mas ele é usado para desarticular a greve. Não estamos impedindo nenhum funcionário do banco de entrar, até porque não tem nenhum funcionário do banco aqui na frente, e não estamos ameaçando a ‘sagrada’ propriedade do banco porque garantimos inclusive a entrada de dois gestores. Não estamos aqui para ocupar a agência, mas sim para convencer os trabalhadores a aderir à greve, o que é um direito legítimo dos trabalhadores”, acrescentou Edison.

Os dirigentes destacaram ainda que o banco tenta coagir os trabalhadores a furar a greve, pressionando com ligações para os celulares dos funcionários. “Não somos nós que estamos impedindo a entrada de ninguém, são os gestores do banco que estão coagindo os funcionários. Mas a greve é justa e pacífica, e a agência vai permanecer fechada”, disse Marcelo.

Ao final da manhã, as viaturas da polícia deixaram o local, o “advogado” do banco também acabou indo embora e a agência continuou com as portas fechadas, como queriam os bancários em greve.

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