A direção do HSBC mostrou toda truculência, abuso de autoridade e desrespeito aos direitos dos trabalhadores na manhã desta sexta-feira 8, décimo dia de greve por tempo indeterminado da categoria, ao impedir a manifestação dos bancários em frente ao Centro Administrativo São Paulo (Casp), em São Paulo.
Eram cerca de 7h quando os advogados do banco chegaram portando interditos proibitórios à concentração, que fica na Vila Leopoldina, zona oeste da capital. Pouco depois chegaram viaturas de Polícia Militar.
A advogada do Sindicato estava presente no local e estranhou a presença da força policial. “Este interdito não prevê o uso da PM para seu cumprimento, só define a não obstrução da passagem e o posicionamento do piquete a pelo menos cinco metros da entrada, medidas que foram tomadas pelos grevistas. Mas os policiais acabaram extrapolando e tomando atitudes que não fazem parte do seu papel, como arrancar faixas”, afirmou.
A diretora do Sindicato Liliane Fiúza conta que os policiais foram além de arrancar faixas. “Abriram os portões com truculência e validaram a coação promovida pelo banco para forçar os bancários a furar a greve. Não precisava disso. Depois os advogados do banco começaram a abordar os bancários que estavam nas calçadas, pressionando para que entrassem, e os policiais os acompanharam de perto, como se fossem seguranças dos advogados. Esse tipo de atitude é uma tática para amedrontar os trabalhadores e forçar sua entrada no prédio.”
O motorista e cliente do Itaú Unibanco José Soares de Lima estava na calçada e acompanhou toda a movimentação, que culminou com a abertura do portão e a entrada dos bancários no prédio.
“Eu vi tudo. Tudo ia muito bem, o pessoal todo do lado de fora, era para ter dado tudo certo, mas daí chegou muita polícia e enfraqueceu a greve, porque o povo tem medo da PM! Mas se ficar com medo não consegue lutar pelos direitos, se quer ganhar aumento não pode entrar para trabalhar”, disse.