Após denúncia de assédio moral, BB troca gerente geral em Concórdia

O Banco do Brasil trocou finalmente o gerente geral da agência de Concórdia (SC) após denúncia de assédio moral que repercutiu em todo país. O caso foi divulgado na imprensa e na Câmara Municipal, em março, pelo Sindicato dos Bancários de Concórdia e Região.

A ocorrência também foi comprovada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), que entrou em janeiro com uma Ação Civil Pública (ACP) contra o BB, propondo uma indenização no valor de R$ 1 milhão. O fato foi notícia no site da Contraf-CUT e de muitos sindicatos e federações.

Para o Sindicato, a prática do assédio moral afronta a dignidade dos funcionários e revela um sistema que só visa ao lucro e não considera o trabalhador como peça fundamental do processo de trabalho.

A presidente do Sindicato, Sonia Hack, afirma que a entidade “atuou em defesa do trabalhador buscando os órgãos competentes onde houve ação efetiva. Os trabalhadores não podem conviver com esta prática”.

Para o Sindicato, o novo gerente geral terá o desafio de unir a equipe e recuperar a imagem do BB junto à sociedade, que também será beneficiada com melhoria no atendimento. A entidade ressalta que prioriza o bem estar e a saúde dos trabalhadores.

“A partir desta mudança, acreditamos em uma nova fase para todos, em decorrência da força da mobilização e da defesa de condições dignas de trabalho”, conclui Sônia.

A ação do MPT

A ação do MPT foi movida em Joaçaba contra o BB por assédio moral praticado pelo gerente da agência de Concórdia, especialmente contra empregados com cerca de 30 anos na instituição bancária.

A procuradora do Trabalho e autora da ACP, Thaís Fidélis Alves Bruch, pediu liminarmente que a Justiça mande o Banco tomar providências imediatas que cessem a prática, corrija irregularidades quanto às normas de segurança e saúde do trabalhador e pague R$ 1 milhão por danos morais coletivos, reversíveis ao Fundo Estadual de Saúde e/ou ao Fundo de Amparo ao Trabalhador.

“De acordo com o relatório dos auditores fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), onde constam testemunhos de empregados, com a chegada do novo gerente na agência de Concórdia foram adotadas práticas que afrontaram a dignidade de diversos trabalhadores, como a destinação de tarefas simples a empregados com vasta experiência, a fim de forçar pedidos de aposentadorias precoce; e alteração de função de forma unilateral, sem qualquer cientificação ao trabalhador. Somente isso já configura assédio moral”, explica a procuradora.

A ACP deu entrada na Vara do Trabalho em Concórdia na mesma semana em que a Contraf-CUT e vários sindicatos assinaram com a Fenaban e diversos bancos um acordo coletivo que estabelece um instrumento de combate ao assédio moral nos locais de trabalho.

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