Trabalhadores rejeitaram proposta de 0,58% de aumento real da Fenaban
Os bancários de Campo Grande e Região decidiram em assembleia realizada na noite de quarta-feira (12) pela paralisação a ser iniciada a partir da zero hora da próxima terça-feira, dia 18, seguindo orientação do Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT.
O Sindicato realizarou a assembleia para aprovar a deflagração da greve por tempo indeterminado diante do impasse nas negociações com a Fenaban. Uma nova assembleia será realizada na segunda-feira,
dia 17, para organizar o movimento.
A categoria decidiu por ampla maioria pela paralisação. Para a presidenta do Sindicato, Iaci Azamor Torres, a votação é reflexo da insatisfação dos bancários. “As demissões, o assédio moral, a falta de perspectiva de crescimento, a discriminação e a precarização do trabalho estão à frente de questões salariais. A categoria está mobilizada para lutar por emprego digno, acima de tudo”, afirmou.
O Comando Nacional considerou insuficiente a proposta dos bancos apresentada no dia 28 de agosto, de 6% de reajuste sobre todas as verbas salariais, o que significa aumento real de 0,58%. Em nova rodada de negociação, realizada no dia 4, a Fenaban frustrou a expectativa dos bancários e não apresentou nenhuma nova proposta, forçando o Comando a orientar os sindicatos pelo encaminhamento da greve.
A Contraf-CUT enviou carta à Fenaban na quarta-feira, dia 5, para informar sobre o calendário de mobilização aprovado pelo Comando e reafirmar que os sucessivos resultados positivos dos bancos permitem atender às demandas dos bancários.
“Somente os cinco maiores bancos tiveram R$ 50,7 bilhões de lucro líquido em 2011, com uma rentabilidade de 21,2%, a maior do mundo. No primeiro semestre deste ano, as mesmas instituições apresentaram lucro líquido de R$ 24,6 bilhões, maior que em igual período do ano passado, mesmo com o provisionamento astronômico de R$ 37,34 bilhões para pagamento de devedores duvidosos, incompatível com a situação real de inadimplência”, afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.
O Comando aguarda nova proposta dos bancos até o dia 17, a fim de submetê-la às assembleias antes da greve.