Neste Dia Nacional de Luta contra o Assédio Moral nos Bancos, realizado hoje, diretores do Sindicato dos Bancários do Espírito Santo percorreram as agências localizadas na Avenida Reta da Penha, em Vitória. Com um carro de som, denunciaram as metas abusivas e também a falta de segurança nos bancos. Foram visitadas as agências do Itaú-Unibanco (Centro da Praia e Reta da Penha), Bradesco, Santander, Mercantil do Brasil, CEF, Banco do Brasil e Banestes.
No Santander, houve tumulto por conta da posição do gerente geral, Rogério Gonçalves, de não permitir a entrada do fotógrafo da entidade que registrava a manifestação e da diretora portando o megafone. Em protesto à falta de democracia no banco, os bancários fecharam temporariamente a porta giratória que dá acesso à unidade. Até a polícia foi acionada. “São práticas como essa que abominamos. A tentativa de calar os trabalhadores também é uma forma de assédio contra os bancários, já vítimas da pressão para o cumprimento metas”, avalia a diretora de Saúde e Condições de Trabalho do Sindicato, Maristela Corrêa.
Na manifestação, os bancários distribuíram um panfleto explicando o que é assédio moral (conjunto de práticas abusivas que atinge a personalidade e a dignidade de uma pessoa, causando sofrimento e adoecimento) e denunciando que os banqueiros não avançaram na primeira rodada de negociação da Campanha Salarial 2010, que tratou do tema.
O protesto teve apoio dos clientes e dos bancários. “A categoria é vítima da pressão permanente pelo cumprimento de metas. Apesar da proibição da venda casada, os trabalhadores são obrigados pelos banqueiros a empurrar para os clientes os mais diversos produtos. Em alguns bancos, até quando estão fora do horário de trabalho os bancários recebem torpedos com cobrança de metas. Essa pressão gera adoecimento”, dizia o panfleto.
Dados do INSS mostram que, hoje, os problemas de saúde mental detêm o mesmo nível de incidência na categoria bancária que as LER/DORT, grandes vilões da década de 90. Isso é resultado da pressão cada vez maior a que todos vêm sendo submetidos nos locais de trabalho.
Em 2009, a Secretaria de Saúde e Condições de Trabalho do Sindicato registrou 74 atendimentos. Só nos primeiros oito meses deste ano já são 52 atendimentos, o que mostra a elevação dos casos de adoecimento entre os bancários capixabas.
“Enquanto isso, o Brasil continua sendo o paraíso dos banqueiros. Os seis maiores bancos do país lucraram juntos mais de 37 bilhões no ano passado”, denunciaram os bancários.