Centenas de bancários de todo o Nordeste reuniram-se no último final de semana em Pernambuco para debater a pauta de reivindicações e a estratégia da categoria para a Campanha Nacional que está começando. Entre as principais propostas para a pauta deste ano está o aumento real de salários, a PLR maior, a contratação da remuneração total, a defesa do emprego, e mais saúde, segurança e condições de trabalho (confira a lista abaixo).
Para a presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello, a Conferência Regional dos Bancários do Nordeste foi bastante produtiva. “Conseguimos fechar uma pauta de reivindicações em consenso, que agora vamos defender na Conferência Nacional, que será realizada de 23 a 25 de julho no Rio de Janeiro. Fizemos um grande debate sobre a Campanha, que novamente será unificada, com funcionários dos bancos públicos e privados lutando juntos por suas reivindicações”, conta.
Segundo Jaqueline, as reivindicações específicas para cada banco não serão esquecidas. “A pauta geral será negociada na mesa da Fenaban. Ao mesmo tempo, os sindicatos vão manter as mesas de negociações permanentes com cada banco para discutirmos as especificidades. Com a unidade, seremos mais forte para fazermos o enfrentamento com os bancos”, afirma Jaqueline.
Confira abaixo as principais reivindicações definidas pelos bancários do Nordeste.
REIVINDICAÇÕES ECONÔMICAS
Reajuste Salarial
Aumento real de 5% mais a reposição da inflação (projetada em 5,71%).
Remuneração Tolal
Contratação de toda a remuneração do bancário, inclusive a parte variável que compõe cada vez mais o salário dos empregados.
PLR
Participação nos Lucros e Resultados de R$ 4 mil fixos e mais três salários, além da distribuição de 5% do lucro líquido dividido igualmente entre todos os funcionários.
Pisos
Salário mínimo do Dieese (R$ 2.157,88).
Outras Verbas
Valorização de outras verbas, como os vales Alimentação e Refeição, que devem ser reajustados pelo IGPM, e o Auxílio-creche, que devem ser elevado para um salário mínimo.
Carreira
Conquistar um novo plano de carreira, cargos e salários em todos os bancos.
REIVINDICAÇÕES SOCIAIS
Defesa do Emprego
Continuar a luta pela aprovação da Convenção 158 da OIT no Congresso Nacional, que proíbe as demissões sem justa causa em empresas lucrativas. Exigir mais contratações dos bancos e o fim das terceirizações.
Condições de Trabalho
Fim das metas abusivas e do assédio moral e respeito à jornada de 6 horas.
Previdência Complementar
Previdência complementar em todos os bancos, como há hoje no BB (Previ), Caixa (Funcef), BNB (Capef) e Itaú (Fundação Itaubanco).
Igualdade de Oportunidades
Garantir a mesma possibilidade de crescimento na carreira e salários para mulheres, negros, homossexuais e portadores de deficiência, que hoje são discriminados pelos bancos.
Mais Saúde e Segurança
Garantir que os bancos melhorem – e muito – seu sistema de segurança, com portas giratórias na entrada de todas as unidades, antes do autoatendimento, e o fim do transporte de valores pelos funcionários. Melhorar as condições de trabalho para proteger a saúde dos bancários. Aos afastados por problemas de saúde, garantir a continuidade do pagamento de todas as verbas, como os vales refeição e alimentação.
Educação
Garantir ou ampliar as bolsas de estudo para os bancários cursarem a graduação e a pós.
Sistema Financeiro
Democratização e controle social do sistema financeiro nacional para que ele cumpra a função de investir o desenvolvimento do país. Exigir do Congresso Nacional a regulamentação do artigo 192 da Constituição Federal, que disciplina a atuação dos bancos.