Os trabalhadores da Fidelity uniram-se à greve por tempo indeterminado dos bancários cruzando os braços na sexta-feira 25, segundo dia da mobilização por tempo indeterminado da categoria. Durante manifestação na unidade da empresa da Vila Matilde, o Sindicato dos Bancários de São Paulo ouviu de alguns trabalhadores relatos sobre as más condições de trabalho e do ambiente. A empresa presta serviços terceirizados para grandes bancos brasileiros, como Bradesco e Santander.
“Apoiamos o ato do Sindicato. Inclusive chegou numa boa hora. Estamos vivendo num verdadeiro inferno. Temos horário para chegar, mas não para sair e ainda não ganhamos hora-extra”, diz um dos funcionários. Outro revela que “existe um quadro onde os nomes dos funcionários que cometeram algum erro de operação ficam expostos e o motivo. Somos obrigados a assinar advertência. Eu me recusei, por não concordar com isso. Somos seres humanos”.
“Temos de conviver com várias injustiças. Tem gestor que contrata parentes e promove sem nenhum critério. Estamos revoltados com essa situação”, diz um terceiro.
Durante a paralisação, que começou por volta das 12h, um trabalhador deixou clara sua vontade de participar. “Não queremos entrar. Não adianta chamar a polícia estamos participando da atividade de livre e espontânea vontade”, disse uma funcionária com a chegada da polícia.
Vergonha
Um funcionário da Fidelity foi encarregado de chamar a polícia para acabar com a manifestação na unidade da empresa na zona leste. Mas passou vergonha diante dos trabalhadores.
Depois de constatar que a chamada se tratava de uma paralisação pacífica dos empregados, organizada pelo Sindicato, o policial disse que nada tinha que fazer, pois o protesto estava dentro da lei e não havia desordem. O funcionário tentou argumentar que ali era proibido protestar e apresentou um documento. O policial devolveu o papel e disse que não tinha nenhum respaldo jurídico e foi embora irritado, dizendo que só atenderia chamada se houvesse desordem.
“Os trabalhadores terceirizados da Fidelity estão de parabéns pela participação nesta paralisação. O recado foi dado: chega de enrolação” afirma a dirigente sindical Érica Simões, que participou da manifestação.