O empregado da Caixa Econômica Federal, Orlando Coelho Filho, lotado na agência centro de Uberaba (MG), encaminhou para a Fenae um poema denominado “Eu faço greve”. Inspirado, o autor retrata os motivos que o levaram a paralisar e o significado da adesão ao movimento.
Veja a íntegra do poema:
EU FAÇO GREVE
“Eu falo sério,
eu faço greve,
não porque quero.
Eu faço greve
porque sou levado,
ah! porque sou levado
levado, levado
à greve.
É como te digo
eu faço greve
porque não mendigo
e há algo além
do próprio umbigo.
Eu faço greve
pra ser levado
a sério.
Elevado, elevado, elevado
meu papo é reto,
franco e direto.
Tu que fique aí
no seu discreto,
olhando pro chão,
não achando a razão
pra tanto temor.
De não querer ser
maior que a própria sombra,
um pouco que seja,
mais que nada
será sempre um pouco.
Mais que tudo,
por isso não me iludo,
não é preciso a fé
nem é preciso estudo.
Eu faço greve
porque é justo,
olha aí o maior susto
dos poderosos,
que nos espoliam
e nos enganam
suas falsas promessas
de um paraíso
à custa de nossos
abandonos.
Eu faço greve
porque não tenho dono,
sou o meu próprio senhor,
que se constrói
a cada segundo.
Eu faço greve
porque quero
um outro mundo,
melhor para ti,
melhor para mim,
melhor para nossos filhos.
Eu faço greve.
tá ligado no estribilho?
pra ser levado a sério!”
Orlando Coelho Filho
Bancário da Caixa em Uberaba (MG)