II Censo da Diversidade, conquista dos bancários, começa nesta segunda

O II Censo da Diversidade, conquistado na Campanha Nacional 2012, começa a ser aplicado a partir desta segunda-feira (17) em todo país. Ao longo de 40 dias, até 25 de abril, cerca de 486 mil bancários e bancárias, que representam 98% do funcionalismo de 19 bancos públicos e privados, poderão responder o questionário através do hotsite da Febraban (www.febraban-diversidade.com.br). A novidade em relação ao primeiro levantamento é a inclusão de uma pergunta sobre a questão LGBT.

Clique aqui para acessar o hotsite.

O tempo previsto para responder as perguntas é em torno de 8 e 10 minutos. O sistema conta com um programa de segurança e as respostas serão sigilosas e confidenciais. Todos os bancários, inclusive os licenciados por motivos de saúde, maternidade e mandato sindical, que estão na base de cadastro da RAIS, poderão participar do censo.

“Chamamos os bancários e as bancárias a participar do II Censo, pois se trata de uma oportunidade para conhecer melhor a realidade da categoria, na perspectiva de construir um plano de ação para corrigir as discriminações e conquistar igualdade de oportunidades e de tratamento no sistema financeiro”, afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.

Para dialogar com os bancários e mostrar a importância da participação no II Censo, a Contraf-CUT elaborou um folder, que está disponível na seção de downloads na área restrita do site para impressão e posterior distribuição aos trabalhadores nos locais de trabalho.

Clique aqui para ler o folder.

“Com o folder, nós queremos dar maior visibilidade ao processo e recomendamos aos sindicatos a realização de seminários, oficinas, palestras e rodas de conversas sobre o tema da igualdade de oportunidades, incluindo a temática LGBT, além de atividades com a imprensa e também com os movimentos sociais”, explica a secretária de Políticas Sociais da Contraf-CUT, Andrea Vasconcelos.

A Contraf-CUT fará o acompanhamento do II Censo até a divulgação dos seus resultados em julho. “Queremos averiguar se os bancos estão efetivamente assegurando condições igualitárias na contratação, na remuneração e na ascensão profissional de todos os trabalhadores, independente de sexo, gênero, raça/cor, etnia, se LGBT ou pessoas com deficiência”, destaca Andrea.

A dirigente da Contraf-CUT salienta que “com o II Censo será possível comparar se as distorções detectadas na primeira pesquisa, realizada em 2008, foram corrigidas, como a situação das mulheres que ganhavam salários menores, mesmo exercendo a mesma função dos homens”.

Ela acredita que, “a partir dos resultados do II Censo, a categoria terá melhores condições para avaliar quais as ações devem ser implementadas, para pôr fim às discriminações e aos preconceitos existentes nos locais de trabalho”.

Para Andrea, “o II Censo é o resultado de um longo debate sobre a importância de garantir igualdade de oportunidades e de tratamento para todas as pessoas. A política interna dos bancos é discriminatória, o que resulta em salários desiguais, na falta de ascensão para mulheres, negros e para a população LGBT”.

Uma história de lutas contra a discriminação e o preconceito

O debate sobre igualdade de oportunidades foi pautado no Encontro Nacional dos Bancários, em 1992. De lá para cá, foram inúmeras ações voltadas ao combate da discriminação no setor financeiro. Em 1996, o tema foi incluído na minuta de reivindicações entregue aos bancos.

No I Encontro de Mulheres, em 1997, foi criada a Comissão de Gênero, Raça e Orientação Sexual (CGROS) e, no ano seguinte, o tema igualdade de oportunidades tornou-se bandeira de luta da Campanha Nacional dos Bancários.

Os bancos sempre negaram a discriminação no local de trabalho, mas em 2000 a então CNB-CUT e o Dieese realizaram uma pesquisa nacional, a qual resultou na publicação “Os Rostos dos Bancários”. O levantamento traçou o perfil da categoria e comprovou a existência de distorções de gênero e raça.

Depois da identificação das desigualdades a CNB-CUT produziu três cartilhas entre 2001 e 2003: “Assédio Moral no Trabalho”, “Relações Compartilhadas” e “Igualdade de Oportunidades”, intensificando o debate junto aos bancários. Essas ações refletiram positivamente na criação da mesa bipartite sobre igualdade de oportunidades, em 2001.

Ao longo desses mais de 10 anos, a mesa temática aprofundou o debate sobre diversos temas relacionados “às minorias”. E em 2008 foi construído o primeiro censo, chamado de “Mapa da Diversidade”, que revelou uma série de desigualdades nos bancos.

Para Andréa, “o resultado do II Censo será um valioso instrumento de comparação para identificar avanços ou retrocessos no retrato da categoria na perspectiva da igualdade de oportunidades”.

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