Greve se consolida, fecha 7.063 agências e exige proposta dos bancos

Mobilização intensa da categoria! A greve nacional dos bancários voltou a se fortalecer nessa terça-feira, 6, 13º dia de paralisação, fechando 7.063 agências em todas os 26 estados e no Distrito Federal. O número é do levantamento realizado pela Contraf-CUT, com dados encaminhados até as 20h pelos 134 sindicatos ligados ao Comando Nacional dos bancários.

Na segunda-feira, os bancários haviam parado 7.054 agências, o que revela uma elevação de nove unidades. A consolidação da greve se dá apesar da truculência dos bancos, que apelam para interditos proibitórios e para a ação das polícias.

“Os bancários estão firmes na luta por suas reivindicações, sem se deixar esmorecer pela intransigência e pelas ações antissindicais adotadas pelos bancos”, afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional dos Bancários. “Os bancos estão apostando no confronto, mas vão se dar mal. Não deixaremos a greve sem aumento real de salário, PLR justa, proteção ao emprego, mais contratações, valorização dos pisos salariais e melhorias das condições de saúde, de segurança e de trabalho”, sustenta.

O Comando Nacional não recebeu ainda nenhum contato da Fenaban para a retomada das negociações. Na última rodada, acontecida na última sexta-feira, 2, a entidade patronal informou que realizaria na segunda-feira uma reunião com os presidentes dos bancos e que entraria em contato com a representação dos bancários para a realização de nova negociação. Na ocasião, os bancos mantiveram a proposta rebaixada que já foi rechaçada pela categoria.

Reunião do Comando Nacional

Nesta quarta-feira, 7, às 14h, o Comando Nacional dos Bancários se reunirá na sede da Contraf-CUT, em São Paulo. A reunião tem objetivo de avaliar a greve da categoria e debater estratégias para as próximas etapas da mobilização.

Os bancários vão continuar a greve para conquistar:

Reajuste de 10% do salário. Os bancos ofereceram 4,5%, apenas a reposição da inflação dos últimos doze meses, enquanto outras categorias de trabalhadores de setores econômicos menos lucrativos estão conquistando aumento real de salário.

PLR maior. Os bancos querem reduzir PLR para aumentar lucros. Os bancários querem uma PLR simplificada, equivalente a três salários mais R$ 3.850 fixos. Os banqueiros propuseram 1,5 salário limitado a R$ 10.000 e a 4% do lucro líquido (o que ocorrer primeiro) mais 1,5% do lucro líquido distribuído linearmente, com limite de R$ 1.500. Essa fórmula reduz o valor da PLR paga no ano passado. Em 2008, os bancos distribuíram de PLR até 15% do lucro líquido, com limite de R$ 13.862 mais parcela adicional relativa ao aumento da lucratividade que chegou a R$ 1.980. Neste ano querem limitar a PLR a 5,5% do lucro líquido e a R$ 11.500.

Valorização dos pisos salariais. A categoria reivindica pisos de R$ 1.432 para portaria, R$ 2.047 (salário mínimo do Dieese) para escriturário, R$ 2.763,45 para caixa, R$ 3.477,00 para primeiro comissionado e R$ 4.605,73 para primeiro gerente. Os bancos rejeitam a valorização dos pisos e propõem 4,5% de reajuste para todas as faixas salariais.

Preservação dos empregos e mais contratações. Seis dos maiores bancos do país estão passando por processos de fusão. Os bancários querem garantias de que não perderão postos de trabalho e exigem mais contratações para dar conta da crescente demanda. Os bancos se recusam a discutir o emprego e aplicar a Convenção 158 da OIT, que inibe demissões imotivadas.

Mais saúde e melhores condições de trabalho. A enorme pressão por metas e o assédio moral são os piores problemas que a categoria enfrenta hoje, provocando sérios impactos na saúde física e psíquica. A Fenaban não fez proposta para combater essa situação e melhorar as condições de saúde e trabalho.

Auxílio-creche/babá. A categoria quer R$ 465 (um salário mínimo) para filhos até 83 meses (idade prevista no acordo em vigor). Os bancos oferecem R$ 205 e querem reduzir a idade para 71 meses.

Auxílio-refeição. Os bancários reivindicam R$ 19,25 ao dia e as empresas propõem R$ 16,63.

Cesta-alimentação. Os trabalhadores querem R$ 465, inclusive para a 13ª cesta-alimentação. Os bancos oferecem R$ 285,21 tanto para a cesta mensal quanto para a 13ª.

Segurança. Os bancários querem instalações seguras e medidas como a proibição ao transporte de numerário, malotes e guarda das chaves. Também reivindicam adicional de risco de vida de 40% do salário para quem trabalha em agências e postos. A categoria defende proteção da vida dos trabalhadores e clientes.

Previdência complementar para todos. Os bancários reivindicam planos de previdência complementar para todos os trabalhadores, com patrocínio dos bancos e participação na gestão dos fundos de pensão.

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