A marcha de abertura do Fórum Social Mundial reuniu dezenas de milhares de pessoas, que marcharam durante mais de três horas pelas ruas de Belém, num trajeto muito semelhante ao da procissão do Círio de Nazaré.
A CUT teve participação destacada no bloco da Confederação Sindical Internacional (CSI) e da Confederação Sindical dos Trabalhadores das Américas (CSA), que também contou com a participação de outras centrais. “Estou aqui, estou lutando para ver o mundo melhorando” e “Emprego decente pra toda nossa gente” foram algumas das palavras de ordem entoadas pelos sindicalistas, que também se manifestaram contra os juros altos, pelo desenvolvimento e pela paz.
Nem a chuva torrencial abalou os ânimos dos manifestantes, que cantaram e pularam nos cerca de sete quilômetros do percurso, estimulados por apresentações culturais que aconteciam nos mais variados pontos do trajeto, como performances teatrais, circenses e bandas de música. Um imenso globo terrestre foi carregado por jovens, que pediam a colaboração da população: “não deixem o mundo cair!”.
Em frente ao prédio da Vale do Rio Doce, o bloco dos sindicalistas realizou um protesto contra as recentes declarações do presidente da empresa que, apesar dos lucros recordes angariados após a criminosa privatização, além de começar a demitir, posicionou-se pela redução dos salários dos trabalhadores. “Vale sacana, devolva a nossa grana!”, diziam em alto e bom som os sindicalistas. “Não é possível que uma empresa altamente beneficiada com recursos públicos e que tem obtido recordes de faturamento nesses últimos anos comece a demitir justo na hora em que é necessário manter emprego para garantir desenvolvimento, trabalho e renda “, afirma Artur, presidente nacional da CUT.
A governadora do Pará, Ana Júlia Carepa, também se somou à linha de frente dos sindicalistas, destacando a importância da unidade e da mobilização da classe trabalhadora em defesa de um projeto nacional de desenvolvimento.
Ao longo de todo o trajeto a população se somou massivamente ao colorido e diversidade da marcha, manifestando-se dos edifícios, bancos e escolas o seu caloroso entusiasmo, aplaudindo e saudando das janelas, dando as boas-vindas do povo cabano.
Para o secretário de Relações Internacionais da CUT, João Antonio Felício, o Fórum promete: “Mais do que uma identidade, há um compromisso dos movimentos sindical e social em afirmar uma pauta comum, positiva, para que ampliemos a pressão junto aos governos em defesa de um combate mais ágil e contundente contra os impactos da crise, com políticas públicas que garantam emprego, direitos e distribuição de renda. Precisamos valorizar o trabalhador. O Fórum pode e deve defender ações que sejam absolutamente consensuais para o enfrentamento da crise internacional”.
Nesta quarta (28), acontece a abertura do Fórum Sindical Mundial, às 14h no Espaço do Mundo do Trabalho, na UFPA.