A agência do Itaú na esquina das ruas Araujo Porto Alegre e Graça Aranha, no centro do Rio de Janeiro, sofreu uma tentativa de assalto na última sexta-feira, dia 27. Por volta do meio-dia dois ladrões passaram pelo detector de metais da porta giratória, que devia estar desregulada, portando chaves de fenda e foram para o segundo andar, onde ficam os caixas.
Um deles se aproximou de um guichê que estava fechado, debruçou-se por cima do balcão e arrombou a gaveta de dinheiro com a ferramenta. Uma funcionária ouviu o barulho e gritou, alertando os colegas. A vigilante sacou a arma e baleou o assaltante na perna. O outro guarda impediu a fuga do segundo bandido. Houve vários disparos, todos feitos pelos vigilantes, já que os bandidos não portavam arma de fogo.
A polícia militar prendeu os dois ladrões, que haviam conseguido pegar R$ 123. A agência, que era do Unibanco e foi reformada recentemente, não tem câmeras de vigilância. No segundo andar, a cada dois guichês de caixa, há uma coluna do prédio, o que cria vários pontos cegos no saguão do atendimento. Esta característica dificulta o trabalho dos vigilantes, tanto é que o arrombamento do caixa não foi visto, apenas ouvido pela bancária que estava no guichê próximo.
Embora nenhum bancário tenha sido ferido, o pânico tomou conta da agência. Algumas funcionárias se trancaram no banheiro e houve muito choro e tremedeira. Depois que a PM prendeu os bandidos, os dois vigilantes foram conduzidos até a Delegacia de Roubos e Furtos para registrar ocorrência e prestar depoimento. O departamento de segurança, da inspetoria do banco e funcionários da empresa de vigilância se dirigiram rapidamente para o local e lá ficaram pelo resto do dia.
A direção do Itaú cometeu várias irregularidades. Os bancários foram impedidos de sair da agência e os dirigentes sindicais, de entrar para prestar apoio aos trabalhadores. Os sindicalistas entraram em contato com Bruno Aguiar, do departamento de Relações Sindicais do Itaú, que declarou não ter conhecimento da ação. Mas seguranças do banco informaram que foi o próprio Bruno quem instruiu a inspetoria a não permitir a entrada dos diretores do sindicato.
O banco se comprometeu a enviar uma psicóloga ao local para prestar assistência aos bancários, mas não informou se faria emissão de CAT para os trabalhadores.