A bancária e sindicalista Glaucia Mônica Manganaro, que atua como diretora de Imprensa no Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro do Estado de Rondônia (SEEB/RO), foi vítima de constrangimento ilegal e teve seu direito de exercício da profissão cerceado na manhã de ontem (08/3), exatamente quando tentava adentrar na agência para distribuir um informativo em homenagem às profissionais no Dia Internacional da Mulher. O fato aconteceu dentro da agência bancária do Bradesco, na Avenida Carlos Gomes, Centro de Porto Velho.
Glaucia explica que levava um informativo do Jornal do Bancário que celebrava, em edição especial, a atuação e a valorização de todas as mulheres trabalhadoras no mundo inteiro, mas foi impedida de passar pela porta giratória do banco e, consequentemente, de fazer a distribuição do periódico – exatamente por pertencer ao sindicato da classe – por um segurança e um funcionário do banco. Sua passagem só seria permitida com autorização do gerente geral da agência, anunciavam o funcionário e o segurança.
O cerceamento do direito de ir e vir, bem como do exercício da função de sindicalista, só foi liberado minutos depois, com a chegada de alguns policiais que fazem a ronda de segurança bancária. No entanto, a infração descabida do funcionário da agência já estava consumada e, por isso, a sindicalista acabou levando o caso ao conhecimento da polícia.
Na ocorrência policial de nº 10E10011000022, da 1ª DP, Glaucia narra que, ficou 10 minutos na porta giratória da agência, tentando entrar e sofrendo constrangimentos de toda sorte. Um usuário, ao ver a situação, chegou a comentar que “Sendo do sindicato não consegue entrar, imagina a gente”.
Revanchismo
A diretoria do SEEB, ao tomar conhecimento do fato, disse que a atuação injustificada dos funcionários, de impedir a diretora – ou qualquer outro membro do sindicato – adentrar na agência, seria uma forma de retaliação determinada pelo gerente daquela agência que, na última sexta-feira, queria impedir o trabalho do presidente do sindicato, Cleiton dos Santos, que fazia, naquela manhã, registros da superlotação e do caos no atendimento bancário em dias de pagamentos dos trabalhadores das usinas do Rio Madeira.
“Isso é, nitidamente, uma ação de prática antissindical”, diz Cleiton.
Em contato com a Gerência de Relações Sindicais do Bradesco, o sindicato recebeu a garantia de que o caso será apurado e alguma medida será tomada, a fim de inibir a existência de um clima de animosidade entre o banco e a entidade sindical.