A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) decidiu abrir um processo de impeachment contra o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM). A entidade planeja uma marcha cívica com o objetivo de influenciar a Câmara Legislativa do Distrito Federal.
Arruda está envolvido em denúncias de corrupção, juntamente com parlamentares locais. A iniciativa foi anunciada nesta segunda-feira, dia 30, pelo presidente nacional da OAB, Cezar Britto, e pela presidente da seccional do DF, Estefânia Viveiros.
“Há duas formas para se fazer o pedido de afastamento. O primeiro é via judicial, o que já está sendo feito tanto pelo Poder Judiciário quanto pelo Ministério Público, e o segundo é pela via política, que envolve o Legislativo local”, explicou Britto em entrevista coletiva.
“À OAB cabe atuar no campo político, mobilizando entidades e população a demonstrar indignação para cobrar ações do Legislativo local”, disse Britto. “Não há maioria maior do que a cidadania. Quando a população se mobiliza consegue reverter o que parece impossível. Nossa esperança é que os parlamentares se curvem diante da soberania do povo”, argumentou Britto em referência ao fato de o governador deter maioria na bancada da Câmara Legislativa.
A expectativa é de que até quinta-feira (3) seja aprovado o pedido de impeachment pelo Conselho Pleno da seccional DF e encaminhado à Casa Legislativa. “São 45 conselheiros e, para a aprovação, basta apenas que tenhamos a maioria dos votos dos conselheiros”, informou a presidente da OAB-DF.
“O apoio popular à causa será fundamental para que o pedido tenha respaldo na Câmara Legislativa”, ressalta Estefânia.
Arruda não fala em panetone
Arruda divulgou uma nova nota oficial na qual diz que os “recursos eventualmente recebidos por nós do denunciante, nos anos de 2004, 2005 e 2006, entre os quais o que foi exibido pela TV, foram regularmente registrados ou contabilizados, como o foram todos os demais itens da campanha eleitoral”.
Ele não apresentou os recibos e a contabilidade desse dinheiro, mas deve juntar os documentos na sua defesa. Não menciona desta vez que o dinheiro seria para a compra de panetones e brinquedos para crianças carentes, como o seu advogado havia explicado para a televisão.
Dinheiro na meia
O presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal, Leonardo Prudente, filmado colocando dinheiro nas meias num vídeo da Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal (PF), disse que os recursos foram doações para a sua campanha de 2006 e admitiu que não foram declarados à Justiça Eleitoral.
Ele justificou a colocação do dinheiro nas meias como medida para a sua segurança. “Recebi o dinheiro e coloquei nas minhas vestimentas para a minha segurança. Não uso pasta”.