Evento reuniu mais de 500 banrisulenses, em Porto Alegre
Dezenas de caravanas de todo o Rio Grande do Sul e representantes de outros estados lotaram no último sábado (19) o Clube do Comércio, no Centro de Porto Alegre, para o II Seminário Estadual sobre Plano de Carreira no Banrisul. O evento – um dos maiores realizados pelos banrisulenses na última década – contou com a participação de mais de 500 pessoas, entre bancários, sindicalistas, delegados sindicais e representantes do banco, incluindo o presidente do Banrisul, Túlio Zamin.
No início do Seminário, houve a apresentação oficial de todos os integrantes do GT Carreira, criado em abril de 2011 e responsável pelos estudos e propostas que estão sistematizadas na Cartilha Horizonte, distribuída aos banrisulenses ao longo do mês de maio.
A mesa de abertura do Seminário foi integrada pelos diretores da Fetrafi-RS, Denise Corrêa e Carlos Augusto Rocha; pelo presidente do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre, Mauro Salles Machado; pelo presidente da Fundação Banrisul, Jorge Luiz Ferri Berzagui, e pelo presidente do Banrisul, Túlio Zamin.
Também marcaram presença no Seminário o diretor da Contraf-CUT e funcionário do Banrisul, Antônio Pirotti; os diretores da Fundação Banrisul, Fábio Alves (Fabinho), e da Cabergs, José Carlos Ledur, e os representantes do Banrisul, Joel Raymundo e Gaspar Saikoski.
Expectativas
Rocha agradeceu a participação massiva dos banrisulenses no evento e o trabalho feito pelo GT Carreira. “Hoje temos dois grupos de trabalho específicos para tratar de questões essenciais para o funcionalismo do banco, que são o GT Carreira e o GT Fundação Banrisul. No caso do plano de carreira estamos discutindo mais do que um novo plano de benefícios, mas tentando resolver uma distorção histórica e coletiva. Temos discutido isso há dez anos e agora queremos dar uma nova perspectiva aos antigos e novos funcionários, de atingir a evolução até o topo da carreira dentro do Banrisul”, avalia.
Denise também salientou o comprometimento do GT Carreira. “Os integrantes do GT compreenderam a particularidade do momento que estamos vivendo. Este é um dia da maior importância porque chegamos aqui após um ano de caminhada árdua, pautada pela democracia e pela participação. Temos certeza de que este quadro não vai medir esforços para lutar pelo novo plano”, garante a sindicalista.
Para Mauro, hoje o novo plano de carreira do Banrisul não é somente uma necessidade dos funcionários, mas da gestão do banco. “Enquanto empresa pública, o Banrisul não pode deixar de enfrentar a situação do plano de carreira atual, que é uma fábrica de passivos trabalhistas. Também é inaceitável que os trabalhadores não tenham clareza quanto às possibilidades de ascensão e os critérios de evolução na carreira. Este encontro mostra a enorme expectativa do quadro de funcionários quanto ao novo plano. O movimento sindical não vai frustrar as expectativas dos banrisulenses, por isso vamos até o fim, através da negociação e da mobilização”, enfatiza o presidente do SindBancários.
Berzagui destacou que os banrisulenses estão prestes a dar uma importante guinada. “O projeto que será apresentado visa restabelecer uma expectativa de carreira, que hoje não acontece. Gostaria de ressaltar também a importância da reestruturação do Plano de Benefícios 1 da Fundação Banrisul, que já está em fase de elaboração de proposta”, disse.
Zamin encerrou as manifestações da mesa de abertura do evento, reafirmando o compromisso assumido pelo banco quanto à criação e efetivação do novo plano de carreira. “Não é por acaso que estamos novamente neste encontro. Na visão da atual gestão, esta é uma tarefa quase imperiosa. O plano de carreira não é o único que nos mobiliza hoje. Quero pontuar a Fundação Banrisul, que também é importante do ponto de vista da carreira para cada um dos nossos colegas. Assim como tenho a convicção de que não podemos voltar atrás na questão da Fundação eu quero dizer que temos nos debruçado sobre o plano de carreira com a mesma intensidade”, explicou o presidente do Banrisul.
Cartilha Novo Horizonte
Após a mesa de abertura, o GT Carreira fez a apresentação das premissas para o novo plano, definidas na Cartilha Horizonte. A assessora técnica do GT, Tônia Duarte, destacou que o Grupo elaborou uma proposta de carreira única, com possibilidades iguais de acesso para todos aos cargos de comissão e até cargos técnicos com comissão.
Outro objetivo do GT é garantir a possibilidade de progressão, inclusive para os funcionários que ocupam cargos em extinção. “Trabalhamos a partir dos empregos que vocês ocupam hoje e criamos três níveis de classificação, considerando a escolaridade exigida pelo banco. As propostas partem da isonomia quanto à oportunidades de ascensão na carreira”, observou Tônia.
“Uma carreira deve possibilitar que você entre na função de contínuo e que todo o processo de acúmulo, evolução profissional e escolaridade viabilize a mobilidade e ascensão de função, permitindo que todos os funcionários possam concorrer aos cargos de comissão”, argumentou a assessora.
Debate
Depois da apresentação das premissas e tabelas sobre a matriz salarial, ambas elaboradas pelo GT, o debate foi aberto ao público do Seminário para críticas, sugestões e encaminhamentos. As dúvidas dos banrisulenses foram esclarecidas pelos membros do GT Carreira e pelos assessores jurídicos da Fetrafi-RS e do SindBancários, os advogados Milton Fagundes e Antônio Vicente Martins.
Para a maioria dos participantes do evento, o novo plano deve possibilitar que o funcionário atinja o topo da carreira em 28 anos. Além disso, o número total de promoções por tempo de serviço seria de 14, enquanto o número de promoções por merecimento ficaria limitado em 7, devido aos critérios subjetivos utilizados para concessão nessa modalidade.
As demais sugestões apresentadas pelos participantes do II Seminário serão discutidas pelo GT Carreira na próxima semana, para finalização da proposta que será apresentada ao banco no âmbito da Comissão Paritária, integrada por representantes do movimento sindical e da direção do Banrisul.