Dia Nacional de Luta marca lançamento da Campanha Salarial no Pará

Nesta sexta-feira (28/08) é o Dia do Bancário, data escolhida como Dia Nacional de Lutas da categoria, a qual marcou o lançamento oficial da Campanha Nacional dos Bancários 2009 no Pará. Em Belém, o Sindicato dos Bancários do Pará e Amapá realizou uma passeata na Avenida Nazaré, um dos principais corredores financeiros da capital paraense. A manifestação que começou às 9h em frente ao Banco do Brasil da Tv. Generalíssimo contou com a participação da categoria, embalados ao som de fanfarras de uma bandinha de música que animou o evento. Palhaços descontraiam e instigavam a população para a causa da campanha. A passeata prosseguiu com atos em frente às agências do Banco Real/Santander, Banpará e Itaú.

Além de reivindicar reajuste salarial, maior participação no lucro das empresas (PLR), valorização dos pisos salariais e outras demandas trabalhistas, a Campanha Nacional dos Bancários desse ano tem como carro chefe a cobrança da responsabilidade social das empregas bancárias, sobretudo no que se refere à contratação de mais bancários para melhoria do atendimento e redução das filas em bancos públicos e privados.

Enquanto os bancos ampliam seus lucros, mesmo na conjuntura de crise financeira mundial, os trabalhadores bancários acumulam uma intensa sobrecarga de trabalho pelo quadro reduzido de empregados nas agências, o que acarreta em extrapolação da jornada de trabalho, sem pagamento das horas extras, e doenças adquiridas no trabalho (estresse, depressão e LER/DORT têm sido as mais comuns). Além disso, a população também é penalizada com as filas intermináveis dentro das agências e com as altas taxas e tarifas cobradas nas movimentações bancárias, o que também favorece ao lucro dos banqueiros.

O Pará e o Amapá também estão inseridos nessa dura realidade. Nesses Estados existem ao todo 352 agências e 61 Postos de Atendimento Bancário (PAB’s) de bancos públicos e privados funcionando e apenas 7.667 bancários para dar conta de toda a demanda dessa base territorial. A insegurança é outro problema cotidiano nas agências bancárias. Somente nesse primeiro semestre de 2009 foram registrados 15 assaltos a agências e PAB’s do Pará, principalmente nos municípios do interior. Os bancos investem muito em propaganda para vender sua boa imagem, mas a realidade é de exploração dos trabalhadores e falta de dignidade no atendimento à população.

“Por tudo isso é que nós bancários estamos entrando em mais uma Campanha Nacional questionando a responsabilidade social dos bancos. E para mudar essa triste realidade com a qual convivemos diariamente, bancários e clientes precisam estar unidos contra a ganância dos banqueiros. Chega de banqueiros cada vez mais ricos, de bancários cada vez mais explorados e de clientes cada vez mais insatisfeitos com os serviços precários dentro dos bancos. Sabemos que o que estamos reivindicando em nossa campanha pode ser perfeitamente negociável com os banqueiros. E se eles forem intransigentes nesse processo, como vem sendo a cada ano, será inevitável que façamos paralisações. E a categoria está preparada para isso”, informa Alberto Cunha, presidente do Sindicato.

Banqueiros já dificultam as negociações – A minuta geral da Campanha Nacional dos Bancários 2009 foi entregue à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) no dia 10 de agosto, em São Paulo. No dia 17/08 houve um primeiro encontro entre o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban para definir a metodologia das mesas de negociação e calendário e temas a serem discutidos.
Já nesta quinta-feira (27), ocorreu na capital paulista a primeira negociação efetiva entre as partes, a qual tratou sobre manutenção de emprego e contratação de mais bancários. Porém, todas as reivindicações dos trabalhadores foram negadas pelos banqueiros.

Os bancos se recusam a dar garantias de preservação dos postos de trabalho. Não aceitam discutir a contratação de mais trabalhadores nem mecanismos para garantir o cumprimento da jornada de 6 horas. E se negam a reconhecer a Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que proíbe demissões imotivadas. Tampouco querem discutir a limitação de permanência máxima de 15 minutos nas filas das agências, o que obrigaria os bancos a contratarem mais bancários para melhorar o atendimento à população.

Pelo calendário de negociações o próximo tema a ser discutido com os bancos, no dia 2 de setembro, será a remuneração da categoria, que inclui o índice de reajuste, a valorização dos pisos salariais, o novo modelo de PLR, a contratação da renda variável e demais cláusulas econômicas. No dia 9 de setembro a negociação se concentrará na saúde, segurança, condições de trabalho e cláusulas sociais.

Campanha apenas começou – A Campanha Nacional dos Bancários iniciada oficialmente no Pará nesta sexta-feira (28) segue a todo vapor nas próximas semanas, quando o Sindicato fará o lançamento da mesma nos municípios de Abaetetuba, Barcarena, Castanhal, Santarém, Paragominas e Marabá, além de Macapá, no Amapá.

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