Discriminação, assédio moral, diferença salarial e falta de perspectiva na ascensão profissional foram alguns dos problemas mencionados no encontro de trabalhadores com deficiência do Santander, que aconteceu na sede do Sindicato dos Bancários de São Paulo, na quarta-feira, dia 28.
Entre as histórias relatadas durante a reunião está a do funcionário Edward, que trabalhou por três anos na instituição e foi dispensado há cerca de um ano. “O banco não dá suporte para o funcionário com deficiência. Passei por situações de assédio. Fui isolado num departamento ficando sem função”, conta.
Edward adverte que um dos problemas que mais afligem os bancários com deficiência é a falta de perspectiva na ascensão profissional. “Vivi uma situação dessas ao pleitear uma vaga de gerente. Apesar de ter resposta positiva durante os testes, no momento chave disseram que eu não estava apto para a vaga”, lembra.
Uma outra funcionária, que não será identificada, conta que se sente discriminada. “No departamento que eu trabalho vejo as pessoas sendo promovidas normalmente enquanto nós permanecemos na mesma função há anos”.
MPT
Diante da falta de condições de trabalho adequadas para os bancários com deficiência que trabalham no Santander, o Sindicato fez uma denúncia junto ao Ministério Público do Trabalho (MPT).
O caso foi fundamentado na história da bancária Maria Cristina, com visão sub normal, que dependia da implantação de um programa de computador com custo estimado de R$ 600 para exercer a função de digitadora numa agência do Santander. O banco foi notificado e atendeu a exigência do MPT, disponibilizando o programa para a trabalhadora.
O funcionário do Santander e diretor da Fetec-CUT/SP José Roberto Santana ressalta a importância do encontro na luta por melhores condições de trabalho. “Essa troca de experiência é fundamental para nossa luta. A partir dessas reuniões vamos traçar uma estratégia para cobrar do banco melhorias no ambiente de trabalho. Porque é o Santander que tem de se adaptar aos trabalhadores e não os bancários ao modelo da instituição”, afirma o dirigente.
Acessibilidade
O Sindicato já promove ações no sentido de estimular a inclusão e a solidariedade das pessoas com deficiência. As dependências da entidade, tanto na sede no Martinelli quanto na Quadra dos Bancários, já têm adaptações de acessibilidade.