Contraf/CUT discute segurança em seminário de Brasília

A Contraf/CUT participou, nesta quarta-feira, dia 23, do Seminário de Saúde e Segurança Bancária, promovido pela Fetec-Centro Norte e Sindicato dos Bancários de Brasília. O evento se encerrará nesta quinta-feira, na capital federal.

O diretor da Fetec-SP, Gutemberg Oliveira, falou sobre a participação dos bancários, através da Contraf-CUT, na Comissão Consultiva para Assuntos da Segurança Privada (CCASP), coordenada pela Polícia Federal. “Na reunião mensal, ocorrida nesta quarta-feira, oito bancos foram multados em R$ 2,2 milhões por descumprimento da legislação, como falta de plano de segurança aprovado e ausência de vigilante no auto-atendimento”, destacou.

O dirigente paulista também denunciou o descaso da Fenaban. “Apesar de ter uma cláusula na Convenção Coletiva 2007-2008 que estabelece uma comissão de segurança bancária, nenhuma reunião foi convocada pelos banqueiros”, lamentou.

O diretor do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e representante do Coletivo Estadual de Segurança Bancária da Feeb-RS, Ademir Wiederkehr, participou da mesa “Segurança Bancária” e apresentou as principais iniciativas dos gaúchos para cobrar mais segurança dos bancos, governos e parlamentares. “O objetivo da nossa luta é a proteção da vida de bancários, vigilantes e clientes, colocada diariamente em risco pelo descaso dos banqueiros com as instalações de segurança, a precariedade da segurança pública e a ousadia da bandidagem”, enfatizou.

“Desde os anos 90, a categoria tem batalhado para garantir prevenção contra assaltos e seqüestros”, afirmou Ademir ao lembrar a luta que resultou na aprovação da lei municipal de Porto Alegre, que obriga os bancos a instalar portas giratórias com detectores de metais, em todos os acessos destinados ao público. “A lei foi sancionada pelo então prefeito e hoje ministro da Justiça, Tarso Genro, durante uma assembléia de campanha salarial dos bancários, em setembro de 1994, no Gigantinho”, recordou.

O dirigente sindical também salientou a lei municipal que determina a colocação de câmeras de vídeo nos bancos, aprovada em 1998, pelo então prefeito Raul Pont. “Agora esperamos a entrada em vigor, em outubro próximo, da lei dos vidros blindados nas fachadas internas e externas dos bancos, sancionada recentemente pelo prefeito José Fogaça, após nova mobilização dos bancários”, enfatizou o dirigente sindical.

Leonardo de Souza Fonseca, diretor do Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte, abordou a experiência de Belo Horizonte. “Temos uma lei estadual, em Minas Gerais, que obriga a instalação de portas giratórias com detector de metais, sistemas eletrônicos de monitoramanento de imagens e vidros blindados nas fachadas”, frisou.

O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores Vigilantes, José Boaventura, defendeu lutas conjuntas entre os trabalhadores, lembrando a recente greve dos vigilantes de São Paulo, apoiada pelos bancários. Ele denunciou que “boa parte das empresas de segurança são de fundo de quintal”. Para ele, “há também problemas de treinamento e qualificação de vigilantes, mas os principais responsáveis são os bancos e as empresas de segurança”.

O representante dos vigilantes ainda alertou para a necessidade de discutir os correspondentes bancários, que não possuem segurança e alguns estão subcontratando os serviços, precarizando completamente o trabalho e aumentando o risco de vida. Boaventura defendeu a discussão sobre o uso de armas não-letais pelos vigilantes nos bancos.

Continuidade do seminário

A segurança continua em pauta nesta quinta-feira com a mesa “Legislação aplicada à segurança”. Haverá palestra com o delegado da Polícia Federal e coordenador da CCASP, Adelar Anderle.

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